Amor subjugado.

Parte II

A música era baixinha e se ouvia mais o falatório e risadas que vinham da sala. Alguns um pouco embebedados e outro bem sóbrios, entre eles estava Kakuzu que ria e brincava tentando disfarçar um desconforto interno. Suas mãos se apertavam uma na outra e volta e meia olhava para o nada se mantendo quieto. Não costumava se sentir assim quando estava na presença de seus amigos, era o contrário, sempre ficava mais descontraído e alegre.

A porta bateu e olhou em direção a ela vendo Deidara e Hidan entrarem juntos, o platinado não tinha uma feição muito boa, parecia desgastado e sabia que era por sua culpa, pelo que tinha feito a ele. Se arrependia, mas não sabia como iniciar uma palavra, não conseguia se levantar, mas essa era sua vontade. Por que terminar algo por medo? Por receio do que pensariam? Fazia sentido? Quando ele parou para refletir profundamente chegou a conclusão de que não.

Kakuzu estava cansado de tomar qualquer decisão pensando no que pensariam dele ou o quanto isso afetaria sua imagem em seu emprego. Era o mais velho dos amigos e trabalhava em uma empresa, havia acabado de começar lá e ainda não tinha um cargo alto, mas com certeza subiria com seu desempenho e por isso sempre quis ter uma boa aparência. Levou isso muito a sério e então magoou Hidan, segundo ele, não poderiam ficar em um relacionamento por serem dois homens, não queria que seus superiores descobrissem. Ele ficou arrasado quando viu Hidan desabar em lágrimas naquele dia e tudo piorou quando depois de uma semana do ocorrido teve uma confraternização em seu trabalho e um dos gerentes principais se assumiu gay e ainda levou seu noivo para que conhecessem.

— Ele não está bem e isso é evidente.

Zetsu se sentou ao lado do amigo com um copo de água, certamente era um dos que não bebia. Notou que o moreno não estava bem e resolveu fazer companhia.

— E você também não está.

— É, eu sei. — Mirava para baixo, agora batia as unhas em um copo de vidro com pouca bebida que havia pego da mesinha a sua frente.

— E?

— E o quê?

— Não vai falar com ele? Vai deixar seu orgulho tomar conta de você?

Sorriu pequeno e olhou para Zetsu. Ele sempre foi uma pessoa de poucas palavras, até menos que Kakuzu, sabia ver as coisas como ninguém e sua maneira doce de lidar com tudo ameniza quaisquer situações.

— E o que eu diria?

— Começaria pedindo perdão? — Pela feição que demonstrava parecia uma coisa extremamente óbvia, e na verdade era. Kakauzu só não conseguia se mover até Hidan.

— É..

— Você o ama?

Nunca tinha visto Zetsu sério e sabia que pra ele estar assim a situação não era nada boa. Mas sua resposta era clara como a água.

— É claro que eu o amo. O amei desde a primeira vez.

— Então deixa de ser babaca e vai falar com ele,  foi você quem fez besteira.

Ele estava encostado no balcão da cozinha, dava pra ver ele dali e Kakuzu deu um suspiro fraco lembrando que na reunião anterior a essa eles estavam aos beijos no mesmo lugar.

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— Era melhor eu ter ficado na praia.

— Não fale assim, Dan. Nossos amigos estão aqui. Sei que não é a melhor das situações pra você, mas tente relaxar um pouco.

Estava tentando, mas infelizmente não era algo que ele conseguia controlar e se auto punia por isso. Deidara tentava a todo custo ajuda-lo, de certa forma ele conseguia, todo o carinho que ele demonstrava por Hidan o confortava porque ele sabia que era importante pra alguém e isso aquecia seu coração.