Minha vida (capitulo 1)

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Oi, eu sou Maria Quitéria, nasci em 27 de julho de 1792, em uma fazenda localizada na então freguesia de São José de Itapororocas.

Quando eu tinha 10 anos, eu perdi minha mãe e tive que cuidar das minhas irmãs com toda a responsabilidade. Meu pai se casou duas vezes após a morte de minha mãe, eu não tinha uma relação muito boa com a segunda mulher dele, ela não aceitava a ideia de que eu era independente e sempre implicava comigo.

Eu não tinha formação escolar, mas eu era experiente na caça e na pesca, assim como no manejo de armas. Eu era muito diferente das moças, elas me achavam estranha por não seguir padrões da sociedade.

Aos meus 30 anos, em 1822, o Conselho Interino do Governo da Bahia passou a recrutar voluntários para as lutas de apoio à Independência. Eu queria muito lutar, pedir permissão pra o meu pai mas, ele não permitiu. Pelo fato de eu ser uma mulher as coisas sempre são difíceis. Então, eu não via outra alternativa á não ser... disfarça-me de homem, veja só, se eu não posso lutar com o exército por ser uma mulher, então vou lutar como um homem.

Eu contei com a ajuda da minha irmã Tereza Maria, e meu cunhado, José Cordeiro de Medeiros. Peguei o uniforme dele emprestado, cortei meus cabelos e fui me apresentar como homem no exército. Me apresentei como Medeiros e me juntei ao batalhão "Voluntários do Príncipe Dom Pedro".

Ainda no exército, o meu pai procurou o batalhão e contou que eu era uma mulher, mas, como eu já era reconhecida por minhas disciplinas, esforços e facilidades com armas, o major não permitiu que eu fosse desligada do exército.



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