28° Capítulo

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POV Toni

Poder acordar com a sensação de que o dever havia sido comprido, que as minhas metas estavam sendo alcançadas era extremamente satisfatório para mim. Se a vitória vir para nós eu ficarei muito feliz pois é apenas uma consequência do belo trabalho que fizemos durante todo esse tempo, mas se ela não vir, não ficarei com um sentimento de culpa, ou de que poderia ter feito mais.

Lembrar de toda a minha trajetória até aqui chega a ser triste, me dói lembrar que um dia eu havia pensado em desistir, que eu imaginava que não seria capaz e que não era boa o suficiente para me tornar uma profissional.

Existiram milhares de pessoas que me faziam acreditar que eu não era boa o suficiente. Houveram críticas, repúdios, pessoas torcendo pela minha desistência e muita maldade para que a minha desistência fosse definitiva. Mas por sorte eu sempre tive pessoas boas ao meu lado, que me fizeram absorver toda a benevolência dos fatos e me ajudaram a ignorar as maldades e principalmente os concelhos falsos, de pessoas que me elogiavam, mas pelas costas torciam pela minha desistência.

A maldade sempre esteve exposta para mim, para que eu caísse nela e acreditasse que eu realmente fracassaria, até eu aprender todas as coisas que eu jamais deveria fazer e ser. Eu jamais deveria ser como eles, sujos, falsos, prepotentes e amargurados. Eu jamais deveria fazer com outras pessoas o que fizeram comigo, isso é desumano e eu aprendi da pior forma.

Eu detesto quando as pessoas me criticam pelos meus troféus sem saberem o que de fato eu fiz. Me criticar pelos meus erros, está tudo bem, agora me criticar pelos meus troféus dizendo que eram injustos sem saber ao menos de tudo o que passei? Isso não.

Sempre fui uma pessoa aberta para as críticas construtivas, sempre tentei ser uma pessoa melhor a cada dia, mas eu também não posso me transformar em uma máquina da perfeição para agradar a todos, não é assim.

Eu sou uma jogadora de futebol que comete erros assim como todas as outras, assim como todo mundo. Não existe pessoas perfeitas, todos cometemos erros, e ver pessoas me cobrando a perfeição chega a ser inacreditável. Eu não sou uma máquina para agradar a todos, e nunca farei absolutamente nada para chegar perto disso.

Já estava terminando de me arrumar quando meu celular tocou indicando uma nova mensagem, e eu logo sorri ao ler a mensagem que havia chegado.

Depois que ganhamos o convite para assistirmos a grande semifinal entre Argentina e Uruguai, eu logo pedi para Veronica que comprasse outro ingresso para que eu pudesse levar a Cheryl comigo o que ela fez rapidamente. E como eu já imaginava, Cheryl assentou sem pensar duas vezes o que me deixou animada já que eu poderia passar um tempo com ela.

Como já estava ficando tarde e o tempo já estava extremamente frio. Eu decidi usar minha calda jeans preta rasgada em minha perna, junto com meu sobretudo também preto, com o cachecol cinza escuro e nos pés eu optei por usar uma bota de salto baixo.

Assim que saí do meu quarto do hotel logo caminhei para o elevador onde me deparei com minhas parceiras de time que assim como eu, também estavam arrumadas para o jogo.

- Podem ir primeiro, eu espero o próximo. - Avisei para as garotas que apenas sorriram enquanto entravam no elevador.

Eu não queria entrar no elevador com elas, já que eu seria a única a parar em um dos andares antes da garagem, o que fariam elas me encherem de perguntas, e digamos que eu não esteja afim de responder todas nesse momento.

- Hola, linda! - Ouvir a voz gemina soar ao meu lado e logo sorri fraco para a mulher.

- Oi... Ro... - Falei tentando lembrar o nome da mulher ao meu lado que sorria pela minha gafe.

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