First day

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Amber Johnson POV's

Eu me olhava no espelho e pensava: o que eu estou fazendo? Mais uma vez? Eu serei capaz de aguentar? Novamente?

Tirei um grampo do meu cabelo deixando uma mecha cair sobre meus ombros. E sorri ao ver minha mãe ao reflexo do espelho.

- Amber! Mais uma vez? Você não cansa, né? - E riu. Estava velha e eu tinha medo de perdê-la. Levantei-me e a abracei, senti algo incrível, era vontade de chorar e pedir colo.

- Mãe! Eu estava morrendo de saudades. Como foi a viagem? Conte tudo! E o papai, como tá? Tá bem? - Sua expressão facial mudou rapidamente, ficando séria e lágrimas nos olhos. Estranhei, mas esperei que ela falasse.

- Filha, seu pai está internado. - Cada palavra doeu como se fosse mil facadas. Gelei e uma lágrima saiu de meus olhos, seguida de um turbilhão. - Não meu bem, não chore... Seu pai já é velho como eu, comeu algo ruim e ficou desta maneira. Não estrague seu casamento por isso.

- Não mãe, eu não posso casar sabendo que meu pai está no hospital, internado podendo morrer há qualquer momento! Não dá! - Aumentei o meu tom de voz e ela sentou-se.

- Podendo ou não, um dia ele vai morrer. Eu vou morrer. Você vai morrer. E tudo isso que vivemos, vai ser nada. Então meu amor, aproveite o quanto pode. - Beijou minha testa e saiu. Isso me chocou, eu não esperava ouvir estas palavras... "E tudo isso que vivemos, vai ser nada" grudou em minha mente como chiclete. E do que valia viver se no final eu iria morrer? Eu estava tão perdida quanto um bebê em seu berço. Perguntando à si mesmo "Porque estou preso aqui? Como posso sair?"

- Sra.Johnson, 2 dias! - Sophie me tirou do transe. - Falta apenas dois dias para você se casar, e se quer testou o vestido novamente!

- Cancele.

- Cancelar? O quê?

- O casamento

- Como? Está louca? Não pode fazer isso!

- Posso sim, eu sou a noiva, ou melhor, era. - Eu tinha acabado de jogar todas as minhas oportunidades de ser feliz fora. Eu nasci para sofrer, tirei essa conclusão. Sem ao menos me preocupar, sai da sala com os grampos no cabelo e a maquiagem borrada no rosto. Entrei no carro e fui para casa. Joguei tudo ao chão e corri para o quarto. Deitei na cama e me encolhi, chorei até soluçar. Era realmente incrível como poderiamos viver tudo novamente mas de maneiras diferentes. Já estava cansada. Com apenas 24 anos, já me casei 2 vezes. Com homens totalmentes diferentes, mas que eu fingia amá-los e depois atacava com a realidade. Sempre com a mesma desculps de "Não é por culpa minha, mas não dá certo". Sim, era tudo por culpa minha. Tinha tudo pra dar certo, mas eu sempre acabava com essas oportunidades, e sem ao menos reparar, aparecia mais vinte cada lado e eu apenas ignorava. Ignorar já era prática do dia-a-dia, deixando acontecer pelo "destino" que pra mim, sempre foi desculpa idiota para deixar as coisas acontecer em vez de fazer com que elas aconteçam.

Sweet LieWhere stories live. Discover now