Foram momentos

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Bien ou bien, vim com uma historinha que pensei bêbada.

É uma historinha só para conseguir sentir o coração batendo um tiquinho.

Talvez eu publique mais alguns capítulos aqui, em algum momento quando eu estiver bêbada de novo KSKSKKSKS.

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Estou dançando, não é ensaio, nem para me lembrar de certos passos. É simplesmente uma dança para mim, sempre fui boa de improviso, e por isso que minha playlist está no aleatório.

Movimentos bruscos e precisos, o meu cigarro na boca, desviando dos meus móveis e tirando meu cabelo da cara. Porém, o toque do meu celular começa a tocar, interrompendo a música, vou até meu cinzeiro, que é meu prato onde comi um ovo, deixo a bituca ali e pego meu celular que está perto do meu quase-cinzeiro na mesa que fica ao lado do meu sofá. É a Carol, faz uns dias que começamos a conversar sobre fazer um feat juntas e já estamos preparando a música juntas agora, nos conhecemos desde 2018, mas só começamos a conversar com frequência agora.

- Oi, Carolzinha! – É legal falar com ela. Escuto a respiração pesada dela do outro lado da linha.

- Oi, oi Jade. Tá ocupada? Comecei a fazer uma melodia legal para a nossa letra, queria que cê colasse aqui pra gente construir isso juntas. Topa? – Me jogo no meu sofá.

- Sim, dá um tempinho que já, já, eu colo. Falou. – Me levanto e ando até meu quarto.

- Falou, Jade.

[...]

Estou olhando o notebook de Carol, com a letra e os acordes digitados abaixo de cada linha, verificando os tons certos. Estamos compondo no tapete da sala dela, é bem felpudo e branco com cinza, me encosto no sofá dela e bufo, dobro o joelho e apoio o queixo nele. A melodia do refrão está me incomodando.

- Cê curte skol beats? – Carol pergunta me olhando enquanto segura a porta da geladeira.

- Eu bebo até querosene. – Sorrio e ela ri nasalmente e murmura um "ok". Volto a olhar a tela do note, se fosse meu já teria socado essa máquina faz eras.

Escuto a geladeira sendo fechada, e involuntariamente viro minha cabeça para olhar Carol voltando. Ela está de moletom verde florescente, os cabelos soltos e divido no meio, usa uma calça moletom preta e está descalça. Se senta ao meu lado e me oferece a garrafa destampada, pego e dou um gole.

- Essa parte aqui.... – Aponto com a setinha pelo touchpad. – Tem algo estranho nela. – Ela pega o notebook e coloca em seu colo, dá um gole na garrafa e eu me ajeito para poder ver junto.

- Hum... – Fito de soslaio a expressão dela e vejo ela fazendo um bico. – Puts, verdade. – Pego o PC dela, e Carol se estica para pegar o violão deitado no tapete.

Ela começa a dedilhar e a cantar, tocando e refazendo. Eu palpitava e cantava junto o refrão com ela e íamos lapidando pouco a pouco.

Depois de cantar aquela parte da nossa música milhares de vezes, resolvemos fazer um descanso e comer pão com manteiga, quer dizer, ela que está comendo o pão, eu estou comendo maçã e estamos sentadas, uma do lado da outra, na mesa extensa dela. O café ainda está fazendo.

- Não querendo ser invasiva, mas já sendo. – Rimos e ela só acena com a cabeça. – Cadê a Day? Não vi ela até agora. – A feição de Carol vacila um pouco, me preocupo e acaricio as costas dela. – Aconteceu alguma coisa? – Ela funga e passa a manga do moletom no nariz.

- Ela tá em Goiânia... – A voz dela treme, Carol deve estar se esforçando muito para não desabar na minha frente. – Nós demos um tempo. – Aproximo minha cadeira da dela e a abraço de lado.

Carol, CarolineOnde histórias criam vida. Descubra agora