Bebi minha água lentamente porque ainda estava com uma leve ânsia. Terminei de beber a água, ele me ofereceu sal pra colocar em baixo da língua e eu fiz. Perguntei o nome dele e ele disse que era Heitor. Subimos, me despedi dele agradecendo e entrei no meu quarto. Tirei a roupa e fui pro banheiro entrando em baixo d'água e ficando ali por algum tempo. Escutei a porta do quarto abrir e eu abri os olhos, arregalando-os. Meu Deus, será que era ele afim de uma recompensa por ter me ajudado? Engoli seco e logo Lorenzo apareceu; eu respirei aliviada, com uma mão no peito e ele arqueou a sobrancelha.
Lorenzo: A foda foi boa? — A pergunta veio seca, carregada de desprezo. Revirei os olhos e fechei-os novamente, deixando a água escorrer pelo meu rosto quente. Encostei a testa na parede fria, tentando encontrar algum alívio no choque térmico.
Lorenzo: Cansou dos que estão rendendo pra tu e foi atrás do que não deu a mínima?
Abri os olhos devagar e virei a cabeça em sua direção, sem tirar a testa da parede. Ele me olhava de braços cruzados, impassível.
Anne: Sai daqui, Lorenzo. — Minha voz saiu baixa, sem força. Eu não queria brigar, não naquela noite. Fechei os olhos outra vez.
Lorenzo: Negócio foi bom mesmo, né? Te deixou cheia de chupões. — Bufei e virei de costas, me esfregando nos braços, como se pudesse apagar as marcas.
Lorenzo: E mordidas.
Respirei fundo antes de virar de frente para ele, puxando o cabelo para o lado.
Anne: Você sabe que foi você. — Minha paciência estava se esgotando. O cansaço pesava nos meus ombros. — Vai ficar me insultando até quando?
Lorenzo: Por que tu faz isso? — Ele inclinou a cabeça para o lado, como se realmente estivesse curioso. — Adora esfregar na minha cara o quant...
Levantei a mão, interrompendo-o.
Anne: Lorenzo, eu tô bêbada demais, confesso, mas não preciso ficar te ouvindo me humilhar.
Ele riu, sarcástico.
Lorenzo: Te humilhar por quê? Tô só falando a tua realidade. Não é isso que tu gosta de fazer? Aparecer pros outros? Chamar atenção?
Meus olhos arderam. Respirei fundo e inclinei a cabeça para trás, deixando a água quente queimar minha pele. Precisava me recompor. Precisava engolir aquele nó. Fechei o chuveiro, o barulho cessando junto com meu último fiapo de paciência. Abri o box e saí, me enrolando na toalha antes de ir até a pia. Peguei a escova de dentes, tentando me concentrar no movimento repetitivo.
Lorenzo: Se esfregou em todo mundo, foi pra casa com outro, caiu no papinho dele, com certeza...
A voz dele transbordava nojo, e eu encarei seu reflexo no espelho. Meus olhos já estavam marejados, a garganta fechada. Ele estalou os lábios, satisfeito com o estrago. Neguei com a cabeça, terminando de escovar os dentes. Larguei a escova ali, sem força nem para colocá-la de volta no lugar.
Lorenzo: Veio pra casa com um cara que tu nem conhec...
Anne: Você não convidaria pra sua casa, com a sua filha aqui, alguém que você não confie.Ele riu curto, sarcástico.
Lorenzo: Eu não confio em ninguém, não, Anne. Você que parece confiar, né?
Minha respiração falhou.
Anne: Por que você faz isso? — Minha voz saiu quase inaudível. Eu não queria mais brigar, só entender. Passei as mãos no rosto, secando as lágrimas, mas outras vieram, tão rápidas quanto a dor no meu peito.
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𝕸𝖊 𝖆𝖉𝖔𝖗𝖆 {EM REVISÃO}
Подростковая литература"Me Adora" narra a complexa e intensa história de Anne, uma adolescente que se vê irresistivelmente atraída por Lorenzo, o pai viúvo de sua melhor amiga. Anne e Lorenzo, separados não apenas pela diferença de idade, mas também por gostos e experiênc...