𝖆𝖓𝖓𝖊 𝟐𝟕

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Acordei com o celular tocando insistentemente. Tateei a cama até encontrá-lo e atendi sem olhar o visor.

Era Alice.

Alice: São uma e meia, vamos agradecer pelo novo dia do novo ano? — A voz dela soava animada, com uma música tocando ao fundo.

Anne: Tá onde? — minha voz saiu rouca de sono.

Alice: Aqui em casa, e quero que venha logo. — Me espreguicei, sentindo os músculos ainda pesados da noite anterior. — E então?

Anne: Vou ver aqui com a minha avó e te aviso.

Ela bufou do outro lado da linha.

Alice: Tá.

Anne: Beijos, feliz Ano Novo, te amo.

Alice: Feliz Ano Novo, te amo também.

Desliguei e abri o WhatsApp. A caixa de entrada estava cheia de mensagens de "feliz Ano Novo", algumas de gente que nem fazia mais sentido na minha vida.

E, claro, lá estava o Lorenzo.

Várias mensagens. Inferno. Nem tive paciência para ler—apaguei todas de uma vez e fui fazer minhas necessidades antes de procurar minha avó.

Conversamos um pouco sobre a virada, coisas aleatórias, e então perguntei quais eram os planos para o dia. Ela foi direta: Lorenzo nos chamou para passar o dia lá, e só estava esperando meu pai acordar para irmos.

Ótimo. Só que não.

Fui até a cozinha, comi qualquer coisa e voltei para o quarto. Pensei em fumar um antes de me arrumar, mas antes mesmo de pegar o beck, minha avó bateu na porta.

Luciana: Seu pai já tá pronto.

Porra! Não é possível que esse homem seja o The Flash.

Revirei os olhos, mandei mensagem para Alice avisando que estava indo e para Murilo perguntando se ele iria também.

Em alguns minutos, meu pai já estava estacionando na porta do Lorenzo.

E lá vamos nós.

Procurei Alice pelo ambiente e logo a encontrei, abraçada a Vagner e Murilo enquanto tiravam uma foto. Passei direto, sem olhar para os lados—não queria ver Lorenzo.

Abracei meus amigos e fui direto para uma poltrona, pegando o celular. Quanto menos contato visual, melhor.

Pouco depois, Murilo se aproximou e me entregou uma long neck.

Murilo: Toma.

Peguei a garrafa e dei um gole, murmurando um "obrigada". Ele alisou meu rosto, e eu o encarei, sorrindo de leve, sem mostrar os dentes.

Murilo: Qual foi? — Ele deu um gole na própria cerveja, me estudando. Suspirei, abaixando a cabeça e negando de leve. — Sua mãe?

Levantei os olhos e assenti.

Murilo me puxou para um abraço apertado, distribuindo beijos leves no topo da minha cabeça enquanto eu me aninhava contra ele.

Murilo: Tô aqui contigo, relaxa e abstrai. Ela não merece essa tua tristeza, não.

Ele segurou meu rosto entre as mãos, me fazendo encará-lo.

Murilo: Curte tua vida, teus amigos, tua família.

Segui o olhar dele até minha avó e meu pai, que conversavam animados com uma tia da Alice. Suspirei e assenti, tentando assimilar.

Murilo: Tudo nosso, pô.

𝕸𝖊 𝖆𝖉𝖔𝖗𝖆 {EM REVISÃO}Onde histórias criam vida. Descubra agora