Acordei com o celular tocando insistentemente. Tateei a cama até encontrá-lo e atendi sem olhar o visor.
Era Alice.
Alice: São uma e meia, vamos agradecer pelo novo dia do novo ano? — A voz dela soava animada, com uma música tocando ao fundo.
Anne: Tá onde? — minha voz saiu rouca de sono.
Alice: Aqui em casa, e quero que venha logo. — Me espreguicei, sentindo os músculos ainda pesados da noite anterior. — E então?
Anne: Vou ver aqui com a minha avó e te aviso.
Ela bufou do outro lado da linha.
Alice: Tá.
Anne: Beijos, feliz Ano Novo, te amo.
Alice: Feliz Ano Novo, te amo também.
Desliguei e abri o WhatsApp. A caixa de entrada estava cheia de mensagens de "feliz Ano Novo", algumas de gente que nem fazia mais sentido na minha vida.
E, claro, lá estava o Lorenzo.
Várias mensagens. Inferno. Nem tive paciência para ler—apaguei todas de uma vez e fui fazer minhas necessidades antes de procurar minha avó.
Conversamos um pouco sobre a virada, coisas aleatórias, e então perguntei quais eram os planos para o dia. Ela foi direta: Lorenzo nos chamou para passar o dia lá, e só estava esperando meu pai acordar para irmos.
Ótimo. Só que não.
Fui até a cozinha, comi qualquer coisa e voltei para o quarto. Pensei em fumar um antes de me arrumar, mas antes mesmo de pegar o beck, minha avó bateu na porta.
Luciana: Seu pai já tá pronto.
Porra! Não é possível que esse homem seja o The Flash.
Revirei os olhos, mandei mensagem para Alice avisando que estava indo e para Murilo perguntando se ele iria também.
Em alguns minutos, meu pai já estava estacionando na porta do Lorenzo.
E lá vamos nós.
Procurei Alice pelo ambiente e logo a encontrei, abraçada a Vagner e Murilo enquanto tiravam uma foto. Passei direto, sem olhar para os lados—não queria ver Lorenzo.
Abracei meus amigos e fui direto para uma poltrona, pegando o celular. Quanto menos contato visual, melhor.
Pouco depois, Murilo se aproximou e me entregou uma long neck.
Murilo: Toma.
Peguei a garrafa e dei um gole, murmurando um "obrigada". Ele alisou meu rosto, e eu o encarei, sorrindo de leve, sem mostrar os dentes.
Murilo: Qual foi? — Ele deu um gole na própria cerveja, me estudando. Suspirei, abaixando a cabeça e negando de leve. — Sua mãe?
Levantei os olhos e assenti.
Murilo me puxou para um abraço apertado, distribuindo beijos leves no topo da minha cabeça enquanto eu me aninhava contra ele.
Murilo: Tô aqui contigo, relaxa e abstrai. Ela não merece essa tua tristeza, não.
Ele segurou meu rosto entre as mãos, me fazendo encará-lo.
Murilo: Curte tua vida, teus amigos, tua família.
Segui o olhar dele até minha avó e meu pai, que conversavam animados com uma tia da Alice. Suspirei e assenti, tentando assimilar.
Murilo: Tudo nosso, pô.
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𝕸𝖊 𝖆𝖉𝖔𝖗𝖆 {EM REVISÃO}
Подростковая литература"Me Adora" narra a complexa e intensa história de Anne, uma adolescente que se vê irresistivelmente atraída por Lorenzo, o pai viúvo de sua melhor amiga. Anne e Lorenzo, separados não apenas pela diferença de idade, mas também por gostos e experiênc...