Capítulo único;

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D o n ' t b e


S u c h a B o y.

Adentrou o refeitório em passos lentos, porem certeiros. Como o belo garoto mau que gostava de parecer ser. Cabelos bagunçados, um andar descontraído, o casaco negro jogado sobre seu corpo, protegendo-o do frio que fazia em Paris naquele dia.

Afinal, o sugar boy não poderia ficar gripado. Seria uma catástrofe em sua agenda.

Com seus belos metros, era impossível não lhe notar. Sua altura lhe fazia ser visto de longe. Era verídico que nos últimos dois anos, Adrien havia adquirido uma altura relativamente boa para o seu porte físico, que dava inveja a inúmeros garotos. Marinette se lembrava bem do último verão, quando ele posara para um lançamento de seu pai, exibindo toda a belíssima parte superior de seu corpo, e claro, sem nenhum pano cobrindo-a. Fora um dia e tanto, recheado por gritos histéricos de adolescentes com hormônios a flor da pele depois de verem tal revista.

Ela revirou os olhos com a lembrança desnecessária, um ato que havia virado seu vício em momentos incômodos. Estava sentada em uma das mesas, Alya havia faltado, e ela estava sozinha aquele dia. Mas antes sozinha do que mal acompanhada, era o que diziam.

Desviou o olhar do loiro que chamava atenções para o pote com iogurte em sua frente. A embalagem do iogurte grego com sabor morango fizera seus olhos brilharem. Seu favorito.

E ali se foram poucas colheradas, e ela já o viu em seu fim. Soltou um suspiro baixo, pensando o motivo de não ter trago outro, mas sua atenção fora desviada para o garoto, que sentou ao seu lado sem ao menos perguntar se podia.

Oh, tão típico de Adrien Agreste.

Mas ela não estava com paciência para todo o seu charme e enrolação. Estava cansada de todo o seu teatro, de não saber o que queria. Cansada de términos repentinos com a desculpa de que ele precisava de espaço, somente para voltarem no dia seguinte, e terminarem novamente no fim da noite.

Por Deus, por que ele tinha que ser tão complicado?

Preparou para se levantar, mas assim que se virou, fora impedida. Um cruzamento de olhares, e uma troca de orgulho. O dela, ferido, e o dele, inteiro. Um sorriso meramente provocante apareceu nos lábios dele, e ela sentiu o polegar macio do garoto tocando o canto de sua boca, e ele, por fim, levando-o a boca. Seu rosto enrubesceu, enquanto parecia que todos ao redor observavam aquela cena.

— Estava sujo. — Disse, enquanto lambia o polegar da maneira mais provocante que conseguia. Marinette revirou os olhos, e se levantou.

Ela ajeitou sua saia negra, pegou o pequeno pote que restava sobre a mesa, e olhou para o garoto. Deu-lhe três leves tapinhas no rosto, de um modo suave, antes de lhe mandar seu melhor olhar entediado.

— Não seja tão moleque. — Disse, antes de sair andando deixando-o com seu orgulho e toda a sua indecisão. Que voltasse a conversar com ela no dia que parasse de ser um menino mimado.

Such a boyOnde histórias criam vida. Descubra agora