A Ordem

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Kaiser se encontrava em frente aquele bar que tanto conhecia. Esteve de olho nele nas últimas semanas, pesquisando sobre cada detalhe ou pessoa que se aproximava dali.

Era até estranha a fixação de Gal naquele lugar parado e sem graça. Isso era o que ele pensava quando recebeu as ordens para investigar, sendo surpreendido por dados que provavam que aquilo não passava de um bar de fachada. O que lhe interessou bastante.

Adentrou o local com as mãos nos bolsos da calça preta, acompanhado de sua má postura e olhos cansados, aquilo poderia ser um completo tédio.

Seus olhos rodaram o lugar, observando a grande geladeira em frente a onde as escadas para o subsolo, segundo as plantas do local, deveria se encontrar. Sorrio ladino, se animando com a ideia de ser uma passagem secreta com senhas ou códigos que o hacker adoraria desvendar.

Sua atenção foi roubada por um grande barulho atrás do balcão a sua frente. Um grunhido de dor é escutado e depois a figura barbuda e de olhos heterocromáticos surge, massageando a cabeça e sorrindo envergonhado ao ver o novo membro olhando-o confuso.

— Ah! Oi! Eu sou o Arthur, desculpa se te assusteidisse animado, indo em direção ao cabeludo e o envolvendo em um abraço de lado que assustou o mesmo.

Ahn eu s-sou o Kaiser — disse o mais alto com os olhos arregalados, surpreendido pelo ato do outro.

Cesar se rebatia levemente tentando se soltar do braço forte.

— Ei tá tudo bem, não precisa ter vergonha. Aqui todo mundo é uma grande família!apertava mais Kaiser, ainda sorrindo animadamente. O que deixava o moreno ao seu lado mais desconfortável ainda — Vem, vou te apresentar o lugar e o pessoal.

Sem ter tempo pra dizer nada a figura esguia foi arrastada pelo mais baixo até a geladeira. Após o mesmo digitar uma senha ela foi aberta, mostrando a escadaria que levava para o andar de baixo.

Cesar não podia evitar a cara de desapontado ao perceber que além de lhe mostrarem o código sem preocupações, ainda era uma combinação idiota e simples. Suspirou revirando os olhos, e por sua sorte o ato passou despercebido pelo tatuado que o puxava animadamente para baixo.

— Olha, aqui é o banheiro. E Aqui é a sala principal, eu acho que é esse o nome. Aqui é bem grandão, tem várias mesas pra gente discutir planos ou só comer alguma coisa qualquer hora — falava Arthur com um grande sorriso enquanto apontava para os lugares.

Kaiser agora já solto do braço do menor pode ver a porta que levava ao banheiro, poltronas pretas perto do local da escada e as grandes mesas no centro do local.

Diferente do que pensava, aquelas paredes cinzas de cimento não lhe davam desconforto. Muito pelo contrário, a ordem, apesar de papéis bagunçados pra lá e pra cá, era muito mais aconchegante e agradável do que o orfanato velho e abandonado dos ocultistas.

Seguiu Arthur até a enfermaria, cumprimentando rapidamente a enfermeira dali. Marcela Geleerd, tinha investigado algumas coisas sobre ela, mas não estava nem um pouco interessado.

Ao se dirigirem a sala ao lado um miado chamou a atenção de Cesar, que sentiu um movimento em suas pernas. Encarou a bola de pelos que se enroscava entre elas e franziu o cenho estranhando. Não é como se ele se desse bem com animais, ou com qualquer coisa racional.

— Jennifer! deixa ele em paz, sua serelepe! Arthur pegou a gata com carinho em seu colo e a colocou sobre o balcão em sua frente — Kaiser, essa é minha mãe Ivete. Ela cuida dos nossos armamentos. Não é muito descolado?! — a figura apontava animadamente para a senhora a sua frente — Mãe, esse é o Kaiser. Ele é o nosso novo agente.

Ocultist - JoesarOnde histórias criam vida. Descubra agora