Lembranças

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O nome familiar ecoava pela cabeça de Cesar. Tentava se lembrar qual ocultista tinha aquele nome ou onde já tinha escutado-o.

Flashs sobre o nome do homem que Bruno desenhará em seu trabalho de dia dos pais quando se conheceram lhe vieram a mente.

Suspirou aliviado por ter se lembrado e também por não ser ninguém importante, apesar do nome lhe causar um incômodo estranho.

Arthur adentrava o automóvel com uma expressão triste. Joui intercalava seus olhares entre Beatrice e Kaiser, esperando a ação dos dois.

— O Padrinho Arnaldo era como um avó pra gente do Orfanato. Ele deu meu nome e o do Dante, e sempre lia A Divina Comédia pra gente. — Beatrice contava o que se lembrava sobre o homem, um pouco confusa com a expressão na cara dos outros agentes.

Kaiser se virou novamente para o computador, pesquisando sobre o agente e encontrando uma ficha com algumas informações ocultas.

— O que diz aí, Kaiser? — perguntava Arthur preocupado, enquanto se aproximava do mais velho.

Joui se direcionou para perto dos dois, ambos esperando a resposta do programador.

— O Arnaldo não era um cara mal, pelo menos não parecia um. Por que estão tão preocupados? — a garota perguntava confusa, recebendo um olhar triste de Arthur. Joui somente franziu mais o cenho.

— Ele era pai de um agente que participou da nossa última missão. E esse cara era incrível. Temos medo do que podemos descobrir sobre o pai dele... — explicou o heterocromático tristemente enquanto olhava preocupado para Joui.

Os olhos do hacker percorriam cada linha daquela ficha, procurando qualquer informação útil. A maioria de suas informações tinham sido ocultas, e o irritava não poder descobri-las agora.

— Parece que ele financiava o Orfanato, e passava um tempo com as crianças. Não parece nada demais, já que temos outros locais com as mesmas ações. — apontava Kaiser para os locais que Arnaldo ajudava, recebendo suspiros aliviados dos agentes.

— Isso é bom. — Joui passou a mão nos cabelos aliviado, relaxando o corpo após o momento tenso.

Beatrice após perceber que não ajudaria mais, saiu da Van à procura de Dante, encontrando os outros agentes no outro lado da rua conversando com crianças da casa da frente. Se juntou a eles contente, cumprimentando-os.

Arthur descansava uma mão sobre o ombro de Joui, tentando o reconfortar. Falar sobre a última missão sempre era uma tarefa difícil, ainda mais para o mais alto.

Os olhos de Kaiser passavam sobre a tela quando se fixaram na imagem que se encontrava no fim do site. A figura do homem de cinquenta anos, cabelos castanhos e aquele óculos de grau lhe fizeram arrepiar.

Suas memórias iam para os dias de sua adolescência, onde começou a renegar seu próprio pai.

A figura enorme e sorridente de Cris atravessava a porta em mais uma madrugada fria. Cesar podia ouvir a conversa, as risadas e o barulho familiar das garrafas que vinham da sala de estar.

Cris estava acompanhado mais uma vez de seu amigo ator que Cesar nem fazia questão de decorar o nome. Os dois eram bons amigos, sempre bebiam e jogavam conversa fora por longas horas.

Assim como a presença do ator, seu filho sempre o acompanhava para a casa dos Cohen, e mesmo sem se darem muito bem, os adolescentes passavam longas madrugas na companhia um do outro.

A figura de Thiago abrindo a porta e se jogando na cama de Cesar não o surpreendia. Trocavam poucas palavras entre si e somente alguns olhares, mas gostava da presença do mais velho ali.

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⏰ Última atualização: Jul 04, 2021 ⏰

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