Narrativas sob vários pontos de vistas em situações e momentos diferentes, formando uma única história, ambientada no norte de Minas Gerais.
Cheia de easter eggs, intrigas, paixões ardentes, amizades complexas, irmandades genuínas e romances proibid...
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🅾🅿🅾🆂🆃🅾🆂 🆂🅴 🅰🆃🆁🅰🅴🅼?
A primeira vez que eu conversei com ele foi no meu aniversário de 14 anos. Éramos conhecidos, nossas famílias se davam bem e tínhamos inúmeros amigos em comum. No entanto, Nathan era um garoto super reservado, e eu era extrovertida e energética demais.
Eu deveria saber que me relacionar com alguém que é exatamente o oposto de mim não iria gerar nada frutífero. Mas não dizem por aí que os opostos se atraem?
Me lembro muito bem do momento em que ele me entregou uma flor e beijou a minha bochecha. Éramos tão jovens e inocentes naquela época. Ele tinha um jeito fofo e meigo, não era como seus amigos que estavam sempre falando besteiras, além de ser extremamente carinhoso e respeitoso.
Seu beijo não estava entre os melhores, lhe faltava pegada. Soube disso desde a nossa primeira vez, mas eu não me importei com esse detalhe, pois Nathan tinha muitas outras virtudes. Ele era um exímio ouvinte e conselheiro, sabia guardar segredos como ninguém, e usava o silêncio como sua melhor arma.
Em contrapartida, eu era agitada e faladeira, tinha uma queda por fofocas e sempre dizia o que dava na telha. Nathan odiava isso, sempre deixou sua insatisfação bem clara. Mas ele não queria que eu mudasse. Nunca pediu isso. Ele gostava de mim, independente de tudo. Mas eu tentava mudar coisas nele, e ainda que eu tentasse fazer com que algumas coisas mudassem, ele nunca me ouvia.
Talvez ele apenas não gostava de mim da mesma maneira que eu gostava dele.
Nos primeiros meses, era como se eu fosse uma princesa e estávamos presos em um conto de fadas. Em seus olhos, eu era a garota mais bonita, e ao meu olhar, toda vez que ele chegava em minha casa montado o seu belo cavalo branco, eu conseguia ver um galã encantador das histórias que eu costumava ler quando eu era pequena.
Com o tempo, aprendi que a vida não é um conto de fadas, e nada quando você tem 15 anos significa muita coisa, especialmente leis da física.
Ele gostava de ler e de ter seus momentos de privacidade, que eram mais frequente do que o esperado. Me sentia solitária, e lhe cobrava atenção, mas ele dizia que não era assim. Quando me acostumei, comecei a enxergar outros problemas nos contrastes de nossas personalidades, como eu fato de que eu lhe contava tudo sobre a minha vida, e eu não sabia o mínimo sobre a dele.
Lentamente, nossos polos iam se repulsando, diferentemente do que a física diria.
Você já esteve em um relacionamento em que sentia que o seu amor era apenas digerido?
Foi assim que eu me senti após o nosso aniversário de um ano juntos. Foi como se a chama se apagasse, e já não conseguia mais ver brilho em seus olhos. Além disso, ele fez um novo amigo, e começou a passar mais tempo ao seu lado. Em consequência, ficou bem longe de mim. Geralmente as pessoas se afastam dos amigos quando começam a namorar. Com Nathan foi o oposto. Ele não tinha tempo para mim, mas sempre estava com seus novos amigos. Às vezes tinha a impressão que ele tinha vergonha de estar comigo perto deles.
