Wanted [+18] Eruri

ONE-SHOT

   A mansão luxuosa estava agora coberta de sangue em quase todas as partes, estátuas caras e preciosas se derramavam em pedaços no chão, os cofres tão vazios quanto a carteira de um sem teto. Era uma bela cena, de fato, mas somente para quem sabia apreciar e para quem conhecia as razões dos artistas responsáveis por todo esse caos.

   Erwin Smith e Levi Ackerman.

   Os dois homens eram caçados pela polícia há anos, desde que resolveram mostrar suas identidades ao mundo. Eles não tinham medo, pelo contrário, determinação, coragem e vingança era tudo o que os motivava, era quase impossível que fossem pegos, praticamente uma zombaria aos oficiais que torravam seus cérebros dia após dia tentando achar um jeito de prender e matar a dupla mais perigosa já existente.

   Erwin havia perdido seu pai ainda criança, quando o mesmo contou que conhecia segredos de Estado para o seu amado filho dotado de curiosidade. Smith, com a tolice de um jovem, não aguentou a contar para seus amigos próximos, querendo discutir e talvez até se gabar sobre o que sabia, e por quem soube. Logo, não demorou muito para que seu querido pai fosse levado embora, as autoridades, alegavam que não se tratava nada mais, nada menos do que um simples interrogatório. Piada. Dias depois, Erwin estava sozinho, órfão, sem pai algum, sem casa alguma, e sem nenhum suporte. Foi criado em um lar adotivo meia boca até a maioridade, quando se mandou no instante em que completou 18 anos.

   Levi tinha uma história parecida no quesito "odeio policiais". Sua mãe, Kuchel, era uma prostituta que, apesar da profissão, sempre fez tudo o que estava a seu alcance para que seu filho não passasse fome, e Levi sempre a admirou por isso, sempre a amou incondicionalmente, sempre esteve ciente que sua mãe não havia tido escolha quando seu pai – um policial abusivo– o abandonou quando ainda estava no ventre. Então, lidando muitos anos dessa maneira, as vezes tentando roubar alguma comida, Levi e sua mãe conseguiram sobreviver até um dos clientes imundos passar uma doença que fez sua mãe definhar até a morte. O pequeno Ackerman permaneceu junto ao corpo frio de Kuchel por dias, um parente dela o achou quando foi procurar sua irmã, e assim o criou de um jeito merda até desaparecer pelo mundo, o deixando solitário novamente.

   Anos mais tarde, Erwin se esgueirava por becos ao sentir que estava sendo perseguido por alguém, era madrugada e um bairro perigoso, então sabia que poderia estar correndo um perigo real. Sua mente estalou quando teve a ideia de se esconder, ouviu o máximo que podia dos passos silenciosos, e num piscar de olhos, jogou a pessoa na parede, segurando seus pulsos derrubando a faca que estava em uma de suas mãos. Para sua surpresa, era um homem pequeno, bem menor que ele, a rua mal iluminada não o deixava enxergar direito, mas conseguiu prestar atenção no rosto fino e inegavelmente bonito.

- O que você quer?

   Levi aguardou um momento antes de se pronunciar, não sabia que alguém com cara e corpo de modelo poderia lutar assim, ainda mais se fosse algum riquinho metido.

- Bem, um burguês indefeso por aqui, tinha que tentar a oportunidade.

- Burguês? – O homem maior gargalhou. – Devo ser tão falido quanto você.

- Está muito bem cuidado para ser falido, loirinho.

- Eu digo o mesmo de você, baixinho.

   Um silêncio estranho se instalou no ar, e, parecendo incrível e quase impossível, eles tiveram a mesma ideia.

- Sou Erwin, Erwin Smith.

- Levi Ackerman.

   Naquele instante, um aperto de mãos tomou conta da posição de ataque e defesa que estavam antes.