ÉBRIO

A TRAGÉDIA

Toca o despertador as cinco da manhã de mais um dia comum.

Sophia desse para realizar a rotina do café da manhã.

Ovos mexidos feitos com muito carinho.

Uma caixa de cereal ao lado de uma tigela de super herói aguardava o garotinho de Theo.

Era o início de mais um dia.

- Theo, levanta meu amor.
- Já vou mãe.

Miguel era um homem inteligente e educado, mas nunca encontrava suas coisas.

- Sophia, você sabe onde deixei meu tênis preto?

- Está em baixo da cama. (Sophia respondia sorrindo e meio zangada)

Estava tudo normal, exceto o coração apertado de Sophia. Uma mulher muito sensível as energias e sentimentos.

Enquanto fritava os ovos e fazia uma vitamina sentiu um mal estar, uma angustiante sensação de medo. Mas logo que subiu ao quarto e brincou com Theo tudo foi embora.

Sentados a mesa Sophia se sente impelida a dizer com mais ênfase do que nas outras manhãs o quanto amava seu marido e filho.

No caminho para o trabalho Sophia sempre passava por uma estrada muito erma e perigosa. Não eram poucos os casos de assalto na região. E isso era motivo de grande preocupação do casal todos os dias.

Antes de sair, no beijo da despedida Sophia comenta com Miguel sobre seu pressentimento ruim.

- Amor não quero te preocupar, mas hoje pela manhã, quando desci para fazer o café, me senti muito mal, sei lá uma sensação estranha.

- Calma meu amor, você deve estar preocupada por causa da aprovação daquele seu projeto. Fica em paz nós te amamos.
Você é a mulher mais incrível desse mundo, meu chão, meu tudo.
Sem você eu não existiria.

- Vamos papai ! Vamos ! Vamos nos atrasar e os meninos vão me irritar.

- Vai lá meu amor, e conversa com a diretora sobre esses meninos tá.

E não se esqueça você é um escritor fantástico e logo vai fazer sucesso!

Sophia entra no carro e novamente tem a sensação de que algo ruim está prestes a acontecer, preocupada liga para sua mãe:

- Alô mãe.

- Oi meu amor, tudo bem filha?

- Tudo mãe, só queria saber como vocês estão.

- Estamos bem minha filha, quando vem nos ver.

- A mãe esse final de semana vou ver com o Miguel se conseguimos ir.

- Tudo bem meu amor. Estou sentindo sua voz meio preocupada você está bem Sophia.

- Estou bem mãe, está tudo bem.
Miguel foi levar o Theo na escola e eu estou indo trabalhar.

- Então tá bom, te amamos viu.

- Também amo vocês mãe, manda um beijo pro pai e fala que domingo quero comer aquele churrasco.

Beijos.

- Beijo filha.

Sophia nem se lembrava mais do presságio, a conversa com sua mãe havia acalmado seu coração.

Dez minutos dirigindo e Sophia chegou a estrada dos furtos como era apelidada.

Quando fez a segunda curva, a mais fechada da estrada Sophia viu uma garotinha no meio da estrada pedindo ajuda para sua mãe que teria sofrido um acidente com o carro.
Sophia tinha uma impulsividade sem tamanho para o bem, e logo saiu do carro para socorrer a menina e sua mãe.

Ao sair do carro e fechar as portas dois homens saíram de dentro do carro com uma arma.

Eles haviam roubado a primeira mulher após colocar uma pedra grande no caminho para que ela batesse o carro. Depois obrigou que ela e sua filha a participarem de mais um assalto.

Um dos jovens estava muito alterado, e parecia ter gosto por agredir mulheres.

O coração maternal de Sophia não permitia que ela pensasse em outra coisa se não na segurança da garotinha.

Ela pensava muito em seu filho Theo e como ela ficaria desesperada se ele vivesse tal situação.

Um dos jovens, o que estava mais agitado parecia ter sentido uma atração sexual doentia por aquela garotinha, e começou a passar o revólver no corpo da garotinha e sorrir com gargalhadas enquanto lambia o ouvido da garotinha que chorava sem parar.

Ao ver isso, a mãe da garota que já estava ferida na cabeça por causa da batida, invadida por um ataque de desespero e fúria tentou salvar sua filha das mãos nojentas daquele homem.

Mas quando tentou sair do carro o jovem a atacou com um soco tão forte que a fez desmaiar.

Ao ver essa cena e ainda em choque Sophia entrou em desespero. Ela nunca havia passado por nada parecido.

Um dos jovens não queria que seu parceiro abusasse da garota mas ainda assim não o impediu.

- Cara viemos aqui para roubar e não para abusar dessas mulheres.

- Cala a boca seu bosta, você está comigo ou não?
Vai olhar a estrada e controla essa daí, depois da menina dou um jeito nela.

- Rápido!! Vai rápido! Não vou me ferrar por sua causa.

- Cala boca sua vadiazinha!

Quando o rapaz deitou a menina no fundo da caminhonete, Sophia em um surto maternal saltou no pescoço do jovem lutando contra ele.

Três disparos. Um no peito, outro no estômago e um último a sangue frio na cabeça.

O jovem cospia no corpo de Sophia enquanto sorria.

- Que merda você fez cara!
Estou indo, se você quiser ir vai ter que ser agora se nao vai ficar aí.
Está vindo um carro.
Vamos! Vamos!

O jovem inescrupuloso invadido por uma maldade insana olhava sorrindo pela janela e gritando para a garotinha.

- Escapou putinha! Escapou!