Extra

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Baekhyun

Meus pais sempre diziam para mim e minha irmã que nós devíamos ser muito cautelosos com as pessoas a nossa volta, e mesmo agora, depois de 18 anos, eles ainda nos tratam como se fossemos bebês. Na verdade, me tratam como um bebê...

— Baek, você não terminou de tomar o seu leite. É importante que tome para fortalecer os ossos, principalmente pelo fato dos seus serem mais fracos. Sempre foi muito agitado e por isso sempre acabava se machucando. Veja sua irmã, sempre toma e por isso nunca quebrou nada.

— E depois que eu tomar irá me comparar a ela em mais o quê? Que ela é muito boa em esportes, sempre tira notas boas, todos os professores gostam dela e que é popular em qualquer lugar em que ela vá? – questionou vendo o rosto do meu pai ficar sério.

— Baekhyun, Yoongi só quer o melhor para você e eu também. Não estamos te comparando a Jisoo, apenas queremos que tenha mais...

— “Não estamos te comparando...”, você diz, mas será mesmo que não estão?

— Irmão, nossos pais só estão preocupados, devia entender um pouco mais o lado deles. Você sabe como a história deles foi no começo, por isso eles têm esse senso de proteção para nós dois.

— Exagerado, não acha? Só porque para eles foi difícil, não significa que para nós vá ser. Bem, na verdade para mim está sendo, já que parece ser inevitável me compararem a você quase sempre.

— Irmão, sabe que não é assim...

— É assim, sim! – esbravejei por impulso socando a mesa, logo vi as expressões de surpresos em seus rostos. — Tsc! Estou de saída. – falei me retirando da sala.

— Baekhyun! Onde está indo, saindo assim sem mais e nem menos? – meu pai Taehyung me seguiu até a porta, seu tom de voz estava mais elevado do que de costume. E atrás dele, meu outro pai e minha irmã me olhavam fixamente com expressões indecifráveis no rosto.

— Andar por aí, talvez eu não volte hoje para casa. – respondi simplista pronto para abrir a porta.

Pare agora mesmo! – ecoou com sua voz de alfa. Esta era a primeira vez que meu pai usava isso comigo, era a primeira vez que me repreendia desta forma... Me virei e o encarei, seus olhos tinham uma cor escarlate, qualquer outro que o visse com toda a certeza recuaria.

Dizem que ao ouvi-la, fica impossível para os ômegas e até mesmo alfas raciocinaram direito, principalmente se a entonação vier de um lúpus, mas acontece que nesta família de lúpus onde nasci, eu sou denominado comum.

— Isso não funciona comigo. E também, não acredito que tenha usado contra mim. Veja, está deixando meu pai e até minha irmã assustados. – dito isso, a cor dos olhos voltou ao normal e logo foi vê-los, então aproveitei a oportunidade e saí.

Não consigo os entender. As lembranças que eu tenho desde pequeno são dos meus pais sempre sorrindo para mim, mas depois do que aconteceu agora, fez parecer que o errado da história sou eu.

Não acho que estou completamente certo, mas também não concordo com a maneira como ainda me tratam, como se eu fosse um bebê. Não quando eu percebo a diferença de tratamento entre a minha irmã e eu. O fato dela ser alfa nos torna tão diferentes assim? Ela conseguir sentir o cheiro dos outros é mais importante? Mas que droga! É tão difícil eles me tratarem igualmente?

Em meio a esses pensamentos eu senti uma gota cair em rosto, e então não demorou para que caíssem várias outras. Apesar de estar de manhã, o céu estava escuro por conta das nuvens carregadas.

Haviam pessoas em volta, algumas com guarda-chuva, outras corriam procurando um lugar para se abrigarem da chuva... Me pergunto qual deve ser o cheiro delas, algo que provavelmente nunca irei saber.

Only Mine ★ TAEGIOnde histórias criam vida. Descubra agora