16• Uma forma de alívio

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Neste capítulos há narrações
de automutilação.
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16
Uma forma de alívio

Como sempre naquela manhã, Jimin acordava sem ânimo algum, apenas com uma enorme vontade de ficar deitado em sua cama enrolado em seus lençóis. O dia amanheceu frio, aumentando ainda mais a vontade de ficar ali, mas Jimin sabia que não podia, se quisesse se livrar da escola o quanto antes, teria que fazer o esforço de sair de sua cama macia e confortável para passar a manhã encarando inúmeros rostos de pessoas desconhecidas e que não tinha o mínimo de interesse em saber de quem se tratava. Uma verdadeira tortura.

Jimin nunca gostou de ir a escola, não gostava daquele ambiente tóxico com um ar sufocante rodeado de pressão, as aulas eram chatas, assim como os alunos e todo o resto, talvez a única aula que se interessava era de arte, porque gostava de pintar e tudo mais, a professora que ensinava a disciplina era simpática até. Mas enfim, não tinha outro jeito a não ser encarar aquele ambiente todos os dias.

Jimin já estava dentro do banheiro, se despindo com muita preguiça. Talvez um banho quente podedse lhe animar mais, ou pelo menos lhe dar mais um pouco de disposição para sair de casa.


Jimin retirou a última peça do corpo e suspirou antes de se encarar no espelho, o garoto viu o seu reflexo e se encarou por alguns minutos, de vagar, levou a mão até abaixo de sua clavícula descendo lentamente até seu peitoral chegando até sua cintura, tocando aquela região com as pontas dos dedo, Jimin fechou os olhos e tremeu. Mas ele tremou de medo, de pavor da lembrança. Da imagem daquele homen tocando seu corpo.

Jimin sentiu repulsa. Repulsa do próprio corpo.

Todos os dias o garoto se encarava e sua mente o torturava com a lembrança daquela noite. Era inevitável, Jimin ainda via as marcas ali, mesmo que elas não existessem mais, e Jimin as tocava, com os dedos tremendo e o sentimento de pavor ainda vivo, como naquela noite. Era um tipo de tortura que Jimin se prendia toda vez que se olhava, no fim, ele mesmo fazia as marcas no seu corpo, arranhando e apertando, só que na tentativa de tirar dali as que sua mente projetava. Ele se feria para tirar as outras feridas. Ele se marcava para tirar as outras marcas.

Jimin não sentia dor quando cravava as unhas na pele, ele só sentia um sentimento de alívio, de anestesia, descontava sua dor em seu próprio corpo, como uma forma de punição. Mesmo ele não sendo o culpado, e sim a vítima. As vezes Jimin se perguntava se tinha mostrado algum motivo para aquele homen, alguma ideia ou insinuação.

Sua roupa estava vulgar? Não, ele havia ido em seus trajes normais, calça e moletom longo e folgado, não marcava seu corpo. Talvez o olhar? Também não, nem se quer olhou para o homen. Sua dança tenha sido? De forma alguma, não dançou em nenhum momento, ficou parado apenas expressado movimentos com o pé, no ritmo da música que tocava naquele noite. Jimin nunca se engraçou para cima do homem, isso nunca se quer tinha passado pela sua cabeça e nem mesmo algum motivo. Jungkok estava o esperando em casa naquela noite e Jimin só queira voltar logo para dormir agarrado ao garoto. Só que não pôde.

Então, por que? Por que existia pessoas tão cruéis assim? Por que Jimin teve que passar por aquilo?Era algo tão cruel e sujo, ninguém merece passar por um crueldade daquelas. Era desesperador, mãos desconhecidas tocando todo seu corpo sem permição, quebrando sua barreira de privacidade. Jimin sentiu tanto medo naqula noite, só ele podia entender o que sentiu, porque foi o seu corpo, e em nenhum momento ouve prazer ali, Jimin só sentia nojo e desespero, dor e repulsa.

Abuse 🍂 Jikook | Concluída Onde histórias criam vida. Descubra agora