Capítulo XIII

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Os "dias de correria" voltaram e Mali havia desacostumado com toda aquela agitação. Emissora, gravação, reunião, casa, escrever, dormir, e no dia seguinte começava tudo de novo. Hanna quase não a via, e até mesmo ela tinha vários e-mails de fãs para responder, sem contar inúmeros pedidos de entrevistas que a escritora andava recebendo e que Hanna era encarregada de recusar.

David também quase não conseguia encontrar com a amiga, depois da reunião na qual decidiu publicar o livro no aplicativo, eles só se viram mais uma vez, para dizer que a editora não ficou feliz em saber que ela iria publicar o livro virtualmente. Mas Mali tentou tranquilizar o amigo, quando disse que estava preparando outro livro para a editora.

Hoje era um desses dias que Mali não conseguia parar e quando olhou no relógio já havia se passado a hora do almoço. Estava na sala de gravação, escrevendo a letra de umas das músicas da série, para mais tarde mostrar para Leo. A escritora olha novamente para o relógio e decide ir até o restaurante da emissora comprar algo para comer antes que os rapazes da banda chegassem e não conseguisse sair, ou levasse uma bronca por não ter comido. Hanna deixou os meninos encarregados de vigiá-la, depois que Mali passou um dia inteiro sem lembrar de comer, indo se alimentar já tarde da noite em casa.

Saiu da sala de gravação e ao fechar a porta esbarra em alguém, que deixa cair um script, Mali se abaixa para pegar os papéis do chão, ao mesmo tempo que o dono, que segura sua mão, assim que ela agarra as folhas caídas. Mali se assusta com o gesto e encara a pessoa agachada a sua frente. De todas as pessoas que podia imaginar, nenhuma delas seria esse rapaz com sorriso cativante, vestido casualmente com calças jeans e camisa branca. Mali rapidamente se levanta e o rapaz a acompanha.

- Me desculpe, estava distraída - Mali fica um pouco sem graça com o esbarrão que acabava de dar no ator, que não sabe fazer nada além de sorrir - espero não ter estragado seus papéis.

- Está tentando ser legal comigo escritora? - Do-Hyun faz uma cara séria - não é do seu feitio ser tão amigável, quer dizer, pelo menos não comigo - o ator franze a testa e se inclina um pouco para frente - ou é porque você disse que iria me ligar e me deu um bolo?

- Hã? Quando eu disse que te ligaria? - Mali parece confusa - eu nem mesmo tenho seu número.

- Foi o que imaginei - Do-Hyun cruza os braços - então, você tentou me enganar? Porque definitivamente me lembro da nossa última conversa, na frente dos elevadores, você estava com pressa e disse que me ligaria para podermos marcar de nos conhecer, para facilitar a produção do roteiro.

- Ah! - Mali dá um tapa na testa, como se seu cérebro acabasse de despertar - me desculpe. Minha cabeça está uma bagunça por esses dias.

- Tudo bem, dá pra ver que anda bem ocupada. Mas você terá que me recompensar - pisca para a escritora, que ajeita a postura e solta um sorrisinho cínico.

- E como eu iria recompensar "vossa excelência"? - ironiza Mali.

- Para começar... - o ator se aproxima dando um passo pra frente e Mali recua um passo para trás, assustada. Ele levanta o smartphone na altura do rosto de Mali - para começar, você pode me passar seu número.

Mali suspira e pressiona os lábios, e contra a sua vontade pega o smartphone da mão do ator e digita seu número de telefone. Com o telefone na mão, Do-Hyun liga para o número na tela do aparelho para que seu número também fique registrado no smartphone de Mali.

- Satisfeito?

- Não. Eu disse, para começar seria seu número. Agora para compensar, acredito que o ideal seria você aceitar meu convite, e ir jantar comigo. Afinal, perdemos muito tempo.

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