moon

467 49 47
                                    

– então... é amanhã? - James pergunta esparramado em uma das poltronas do salão comunal da grifinória.

– é sim, está ansioso? - Sirius devolve a pergunta.

– não mais que você, pode me dizer o motivo para tanto entusiasmo? - Potter o encara curioso.

– já disse que eu quero ajudar o nosso amigo. - Sirius encara de volta.

– você só está querendo algo para te tirar do tédio. - James ri da cara de indignação de Black.

– se você acha isso.

– é o que eu acho. que outro motivo teria, você e o Lupin nem são tão próximos assim. – Potter diz olhando para o teto.

– é... talvez não...

_______________________________________

– okay pessoal, última vez que faremos isso. - Sirius diz pegando o frasco com um líquido vermelho. – prontos? agora!

– AMATO ANIMO ANIMATO ANIMAGUS. – todos dizem juntos apontando as varinhas para o próprio peito e bebem o líquido.

– é isso? finalmente acabou? – Peter pergunta.

– aparentemente sim, agora nos resta esperar até amanhã. – Sirius responde.

Nesse momento Lupin entra no quarto segurando um livro na frente do rosto, focando toda sua concentração nas palavras. Mas ao sentir três pares de olhos curiosos sobre ele abaixo o livro e cora um pouquinho, já estava começando a se acostumar com aquilo.

– o que está lendo? - Sirius pergunta.

– minha mãe me mandou um livro trouxa, é um romance de um cavalheiro e... ah deixa pra lá, só estava entretido. - ele percebe que aquele assunto é desinteressante para os outros.

– tenho uns dez pergaminhos para terminar, será que não acho ninguém pra fazer pra mim? - James fala. – vou ver se tento me concentrar na comunal, alguém vem?

– vou jogar xadrez com um primeiranista, me espera só pegar a varinha. – Peter diz correndo atrapalhado pelo quarto.

Quando os dois saem Sirius fica olhando Lupin por um tempo. Consegue observar os olhos dele se movendo rápido pelas linhas.
Remus não sabe mas costuma tirar as pelinhas da boca quando lê. Sirius acha isso fofo mas toda vez que Lupin reclama da boca estar machucada e não saber como isso acontece, ele apenas fica em silêncio. É um segredo sobre Lupin que apenas ele sabe, que nem mesmo o próprio Lupin desconfia. Pode parecer bobo, mas é importante pra ele.

– eu sei que você está me olhando. - Remus diz sem tirar os olhos do livro.

– tem algum olho escondido no seu ouvido? ou é o um dom de lobisomen? não li isso nos livros sobre licantropia. - Sirius diz fazendo Lupin rir.

– não, mas consigo sentir. aconteceu alguma coisa?

– eu só... não sei... você poderia me contar...?

– te contar o que Black? - Lupin o encara.

– do livro, a história, eu.. você pode ler em voz alta?

– ah... - Remus fica um pouco surpreso mas sorri logo em seguida. – tudo bem, senta aqui.

Sirius se aproxima dele e senta ao seu lado, inclina a cabeça apoiando a na cabeceira e olha para o teto enquanto imagina as cenas que Lupin narra.
Mais de meia hora depois, ele para.

– o que aconteceu? por que parou? - Sirius o olha.

– acabou, Sirius. - Lupin ri.

– oh... mas já?

– já sim, mas tenho outros caso você queira ler.

Sirius faz uma careta e levanta da cama.

– sem chances, Monny.

– qual a diferença entre você ler e eu ler pra você? - Remus pergunta com uma sobrancelha levantada.

– é mais legal quando você lê. - Sirius dá de ombros.

_______________________________________

Na manhã seguinte, Lupin se sentia muito mal, mas se alegrava com o entusiasmo dos outros. Ele realmente não acreditava que seus amigos haviam feito tudo isso apenas para acompanhá-lo.

– que dia da semana é? - Remus pergunta.

– terça, você tá mal mesmo em? - Sirius diz enquanto eles caminham até a aula de tratos de criaturas mágicas.

– oii Hagrid. - os quatro dizem em uníssono.

– olá minhas pestinhas favoritas, como vocês estão? - Hagrid diz abrindo um sorriso para eles.

– estamos ótimos, meu caro amigo gigante. - Sirius diz com um sorriso maroto no rosto.

– não estão aprontando nada, certo? - Hagrid olha de um rostinho para o outro.

– magina, Hagrid, quando foi que fizemos isso? - James pergunta.

– quando quase colocaram fogo no salão comunal, ou quando encheram a sala da professora Minerva de pelúcios, ou pior quando pintaram a barba do Dumbledore de rosa. - Hagrid diz contando nos dedos enormes de sua mão.

– isso nunca foi comprovado que fomos nós, Hagrid. - Lupin diz sorrindo.

– até você pequeno? - Hagrid diz para Remus que apenas faz cara de inocente.

– até mais, Hagrid. – os quatro dizem juntos .

_______________________________________

Assim que começou a escurecer, James, Sirius, Peter e Lupin foram pela passagem secreta até a casa dos gritos.

Lupin ainda não havia se transformado, mas os outros garotos estavam planejando se transformar antes.

– quem vai ser o primeiro? - Lupin pergunta.

– Sirius! – Peter e James dizem juntos.

– por mim tudo bem. - Black responde.

Sirius vai até o meio do quarto e se concentra. Menos de cinco segundos depois um grande cachorro preto aparece no lugar dele.

– Sirius, você é um cachorro! - Peter grita e eles riem.

Sirius senta ao lado de Lupin balançando o rabinho e o garoto cheio de cicatrizes no rosto começa a fazer carinho em seus pelos.

– okay, eu vou agora. - Potter diz andando até o centro do cômodo.

Ele se concentra e logo se transforma em um cervo.

– belas galhadas, Potter. - Lupin diz e observa o cervo sentar ao seu lado. – sua vez, Peter, você consegue.

Peter para no mesmo lugar que os outros dois e mesmo com medo se concentra. Dando origem a um pequeno ratinho.

– sério, vocês são incríveis, obrigado por isso. e por favor tomem cuidado, eu espero muito não machucar vocês. e vou entender se isso for demais. - Lupin diz tudo rápido já sentindo a dor que a luz da lua cheia causava nele.

Padfoot, um apelido dado algum tempo depois, começou a circular Lupin, mostrando que estava ali. E quando o garoto se transformou, apenas o ratinho saiu correndo para debaixo da cama. Os outros aguentaram firma e apenas ficaram se olhando por um tempo.
Até que Sirius pegou uma camisa velha que estava jogada no chão e levou até Remus, para que eles brincassem.

Foi a noite mais tranquila que Lupin teve em anos. E na manhã seguinte ele não estava tão machucado quanto nas outras.

_______________________________________

*notas da autora*

não tenho certeza se os marotos escolheram quais animais queriam se transformar, então tratei como se fosse surpresa para eles. mas se alguém souber como realmente funcionou essa transformação me avisem, por favor.

O passo a passo que eles seguiram foi o que eu achei em uma pesquisa, mas também não é algo relatado nem nos livros nem nos filmes, então, saibam que não é comprovado.

~ H.

too young {wolfstar}Onde histórias criam vida. Descubra agora