O dia do amor

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[Pov’s Lucy]

“Hoje seria o dia, o meu dia! ”, penso, levantando alegremente para me arrumar e ir à escola.

Em geral não sou a maior fã da instituição, embora goste de algumas aulas, de aprender coisas novas e dos professores em geral, mas nada disso é o meu principal motivo para ir ao colégio e sim uma certa pessoa da minha sala.

Não é incomum uma garota de 16 anos se apaixonar, afinal no fim sempre descobre-se que não passa disso, uma paixonite. Contudo, no meu caso isso não iria ocorrer, pois não importa o quanto eu tente dizer a mim mesma que tudo isso é idiotice, um sentimento que não passa de momento, nada disso surte efeito.

Posso dizer o que eu quiser a minha mente, porém, meu coração sabe a verdade e não consigo engana-lo.

Por mais que eu queira!

No começo, quando o sentimento começou a surgir, acreditei que estava doente de alguma maneira; já que não é nada normal ficar com as mãos úmidas, coração acelerado e sentir as bochechas corarem só de olhar para alguém.

Sendo assim, criei coragem e decidi perguntar a minha tia, a qual por sinal é enfermeira, ou seja, ela poderia me dar algum remédio. No instante em que lhe contei tudo, a mesma começou a se acabar de rir, me deixando mais confusa ainda, até que depois de uma breve explicação, entendi que estava amando, o que também podia ser considerada uma doença, de certa forma.

Isso porque a pessoa que eu amo é meu “amigo”.

As aspas se devem ao fato de que, embora o mesmo fale comigo as vezes, eu ajude ele com as matérias e ele não me deixe ficar sozinha nos trabalhos; acredito que não possamos nos considerar reais amigos, na verdade tudo isso está mais para uma troca de favores.

Eu ajudo ele e este faz o mesmo, simples assim.

O problema é que meu coração acredita haver algo mais, porém, é bem possível que ele esteja enganado, afinal além do óbvio, somos de grupos sociais diferentes, eu a CDF e ele o bonzinho/popular.

Entretanto, hoje será minha única tentativa de lhe dizer o que sinto, afinal que dia melhor para se falar de amor do que o dia dos namorados?

(Quebra de tempo)

Graças ao fato de eu ter acordado mais cedo, consegui me arrumar decentemente (até gloss eu passei, algo anormal para mim) e chegar na escola com folga, ou seja, eu tinha um tempo considerável para encontrar o Natsu e lhe contar tudo.

Como nessa data é um costume nosso presentear quem gostamos com chocolates, foi exatamente isso que decidi fazer, preparando uma linda caixa em forma de coração e colocando os chocolates que ele mais gostava (os quais coincidentemente, eram os meus preferidos também), tendo a certeza de que pelo menos dos bombons ele iria gostar.

Sai andando pela escola, sabendo que ele provavelmente estaria ou na cantina, a qual nesse horário normalmente é vazia, ou na sala de aula, já que eram prováveis lugares para encontra-lo.

Todavia, ambos locais estavam lotados de garotas entregando chocolates para aqueles que elas amavam e eu tinha ciência de que pelo menos metade destas, iriam entrega-los ao rosado.

“Elas são muito mais bonitas e extrovertidas do que você”, o diabinho sopra no meu ouvido, me fazendo parar de andar.

E é uma realidade, sei que ele tem opções muito melhores do que eu, já que no fim das contas, posso ser uma coitada para ele, o qual se sente na obrigação de me ajudar. Apesar disso não posso e nem vou desistir, pois sei que pior do que ser rejeitada seria me martirizar por nunca ter lhe contado a verdade.

Chocolate LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora