卍Capítulo IV卍

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Mitsuya --- Deveríamos ir, esta ficando tarde.

Me afsto de seu ombro e termino de enxugar minhas lágrimas.

Caminhamos silenciosamente lado-a-lado enquanto eu pensava em tudo oque poderia acontecer depois de minha partida, como seria minha vida?

Mitsuya --- Aqui já está bom, irei lhe ver entrar

--- Mitsuya!

Me viro seria estendendo meu pulso em sua direção com a mão fechada.

--- Fique com isso! É uma prova de que eu existi, não se esqueçam! Na verdade um dia voltarei para buscá-lo!

Ele me deu um sorriso e pegou o anel sem dizer nada. Entrei para casa e vi todas as coisas embaladas então suspirei e esperei até que nossa mudança acontecesse.

Mãe --- Se despediu de seus amigos adequadamente filha?

--- Amigos?

Mãe --- Ara, está muito tarde para eu lhe contar que sei que tem saído com alguns amigos?

Estranhamente eu fiquei envergonhada.

--- S-sim...me despedi deles...

Era uma mentira, apenas Mitsuya sabia de minha partida, para os outros eu iria voltar como todos os dias.

Mãe --- Que bom! Venha vamos entrar no carro.

Ela me acariciou e entrou no carro sem ao menos olhar para casa mais uma vez, minha mãe não queria ir assim como eu.

Aquela casa era o único local que meu pai conhecia, foi por isso que minha mãe sempre ficou lá na esperança de que meu pai voltasse um dia, como um cachorro.

Não tenho remorso de meu pai em si, só o vi 2 vezes quando era pequena e apenas sei disso por relatos de minha mãe, o jeito apaixonado que ela dizia coisas sobre me fez não odiá-lo, porém a falta dele em casa mostrava que sua paixão não passava de um amor não correspondido.

Sinto muito por você mãe.

Fui para a frente da casa dando um último olhar de adeus e então fechei a porta, espero um dia voltar aqui, não por meu pai, mas por "eles".

--- "Eles" não vão esquecer né?

Mãe --- filha!

--- Tá, tá, estou indo!

Nosso caminho até a nova cidade foi tranquila, me acostumei com a escola aos poucos e fui me esquecendo de Tokyo com o passar do tempo.

Três anos após minha partida minha mãe foi diagnosticada com câncer e em um ano seu funeral aconteceu.

Ela sempre me dizia sobre uma amiga sua e ao embalar suas coisas descobri o endereço da mesma, apenas fui 2 anos depois por curiosidade e como um símbolo de gratidão por ter sido tão amiga dela.

--- Oeee! Tem alguém em casa?!

Gritava pelo baixo muro que envolvia a casa e surpreendentemente quem veio me atender foi uma senhora na casa de seus 80 anos.

??? --- Oh querida, oque veio fazer aqui?

Ela me perguntava abrindo o portão e logo depois virava suas costas adentrando em sua casa.

--- (Que descuidada) Eu vim aqui procurando Artia, ela está?

??? --- Veio aqui procurando-a? Que gentil, mas é uma pena, Artia está morta faz sete anos.

--- Sete anos? Mas minha mãe falava dela tão casualmente, pensava que mantinham contato ao menos que um pouco...

??? --- Sua mãe? Por um acaso ela se chama Houta?

--- Sim!

??? --- Então é você! Filha de Houta!

A senhora começava a chorar enquanto colocava uma de suas mãos em minha bochecha. Eu não sabia oque fazer, então a acompanhei para dentro de sua casa e a sentei gentilmente em uma velha poltrona na sala.

??? --- Me desculpe pela falta de educação, sou Guiuta Opnya, avó de Artia.

Ela me contou muitas histórias sobre Artia e minha mãe, também disse que sua neta era alguém que não tave uma boa infância, por isso vivia com sua Avó. Em uma dessas conversas, Opnya me trouxe uma caixa de madeira deslumbrante, retirando dali um brinco longo com um formato triangular e pontiagudo.

Opnya --- Isso é para você querida, era um presente de Astia para sua mãe, porém creio que ela ficaria feliz se você o usasse em seu lugar.

--- É claro, usarei.

Não conseguia imaginar minha mãe usando um brinco desses de apenas uma orelha e grande, seu estilo deve ter mudado gradualmente com o passar dos anos.

Esse foi meu encontro com a "vovó Opnya" que mudou completamente minha vida. Confesso que meus planos eram voltar para o interior e arranjar um trabalho de meio período, mas a vovó me disse para ficar em Tokyo porque eu parecia gostar daqui.

Opnya --- O jeito que você fala daqui... Deve ter amigos aqui certo?

Foi assim que eu nunca os procurei.

Tinha medo de que tudo tivesse mudado e que eles não me reconhecessem, "meu cabelo agora é grande, uso brincos e fiquei mais alta, inclusive aquele anel, ele ja deve ter jogado fora...". Eram as palavras covardes que ressoavam em minha cabeça, e quando me dei conta, Tokyo Manji, a famosa Toman, era uma gangue sangrenta que se destacava na tv.

Até meu último suspiro com 25 anos por excesso de trabalho, eu me lembrava deles.

--- Se eu pudesse voltar no tempo~

卍Tokyo Manji Revengers - A Pantera Da Toman卍Onde histórias criam vida. Descubra agora