Capítulo 18

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CAMILLY

Minha cabeça dói como sempre acontece quando eu choro demais, ainda com os olhos fechados a lembrança de tudo que o Bento me contou vem de uma vez e a dor atravessa meu coração. Sempre soube que minha mãe não prestava, o que ela fez com meu pai é a prova disso, não era cega sobre sua ganancia, sua arrogância e prepotência, mas daí a ser uma criminosa? Se envolver com trafico? Tentar vender o próprio neto? Isso é demais até pra ela.

Será que em momento algum ela pensou em mim? Na dor que me causaria ficar sem o meu filho? Ela nunca me amou de verdade? Nem um pouco? Tudo com que ela sempre se preocupa e com seu próprio prazer e com dinheiro. Saber de tudo isso não impede que eu me sinta devastada.

Escuto o choro fraquinho que vem de algum lugar no quarto e me esforço para r os olhos e me levantar, só ai noto a mulher sentada na poltrona é com meu pacotinho rosa nos braços.

– Vovó, a senhora está aqui – sorrio e rapidamente me levanto indo te ela que também se levanta para me abraçar. É assim com minha garotinha entre nós duas mato a saudade dessa mulher que sempre foi meu único referencial de família.

– Minha filha quase morro de saudade e preocupação.

– Me perdoe vovó, eu sabia que a senhora iria sofrer, mas foi necessário eu precisava deixar meu filho, os meus filhos, seguros.

– Sei tudo o que está acontecendo meu amor, seu marido foi me buscar na fazenda e me contou tudo. – Só aí noto que como os meus seus olhos também estão vermelhos e inchados pelo choro.

– Vovó a Melissa – me recuso tratar aquela mulher por mãe – ela... ela...

– Eu sei meu anjo, eu sei e já chorei toda minha dor por isso. Mas agora quero que me conte como está se sentindo.

E por horas nos duas conversamos, derramo meu coração e tristeza sobre ela mais uma vez, essa mulher que apesar da idade é tão forte, que sempre cuidou de mim e me protegeu quando quem deveria fazer isso não fez. Conto a ela como foi o final da gravidez e como descobri que eram gêmeos, como conheci o Bento é como nos apaixonamos, falo sobre a cabana e de como descobri um lar nela, falo ate sobre o Eros e principalmente falo sobre a minha mãe e o dia em que decidi que tinha que fugir.

– Eu não pensei muito vovó, fiquei com medo daquela mulher ser perigosa e fazer algo contra nos duas se desconfiasse que ouvi todo o plano criminoso delas.

– Eu não acredito! A vera trabalha comigo desde que seu avô morreu nunca poderia desconfiar dela ainda mais sobre algo como isso.

– Me perdoe por te deixar.

– Não filha, não peça perdão você fez a coisa certa é graças a Deus o destino te encaminhou até o Bento.

– Ele me salvou de muitos modos, eu o amo e apesar dele nunca ter falado as palavras eu sei que ele também me ama assim como aos meus filhos. Mesmo com tudo me sinto abençoada por ter ele em minha vida. É falando nele onde esta?

– Na delegacia. Ele fez uma gravação da Vera e da enfermeira que era cumplice delas. O Bento a denunciou e ela tentou fugir, mas foi presa. É a enfermeira quando foi pressionada abriu o bico é conto tudo que sabia

– Serio vovó? Ela não pode mais fazer nada contra a gente?

–vocês estão seguros agora e o Bento está na delegacia prestando depoimento dele e em breve você também vai ter que ir ate lá, mas somente quando tiver alta.

Ficamos conversando por hora, quando a enfermeira vem pra dar banho nos bebês minha avó logo se prontifica e eu como uma boba choro rios vendo o carinho com que ela cuida do Matheus e depois da Lucy, tiro varia fotos do momento para guardar de recordação.

MEUS PARA AMAROnde histórias criam vida. Descubra agora