Capítulo 3.

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Eu já estava no pole-dance dançando. Me lembrando do sorriso de Miguel.

- Alice, quarto dois. - Disse Jocy.

- O quê!?

- Seu tio mandou.

Não acredito. Pensei que era só para reis. Droga.

Corri para o corredor da morte. Antes de bater na porta respirei fundo. Bati na porta.

A porta se abriu. Eu esperava todo mundo, até meu pai que já morreu, menos Miguel.

- Oi. - Disse ele.

- O que você ta fazendo aqui? - Perguntei.

- Pensei que ia gostar da minha visita.

Eu sorri.

- Gostei. Só não esperava.

- Vai ficar ai fora mesmo? - Perguntou Miguel.

Eu entrei no quarto e Miguel fechou a porta.

- Porque você veio aqui? Diga a verdade. - Disse eu sorrindo.

- Você me faz esquecer os problemas. - Disse Miguel.

Não, ele não disse isso. Droga.

- Que bom.

Ele deitou na cama com a mão atrás da cabeça, eu me deitei ao seu lado e trocamos olhares pelo espelho igual a noite em que nos conhecemos.

- Hoje eu vi a Jane. - Disse Miguel.

- E como foi?

Nossos olhos ainda se cruzavam pelo espelho.

- Ela parece feliz.

- E você não?

- Não, quando vou achar outra princesa tão linda quanto Jane? Quem vai querer se casar com o príncipe feito eu?

Eu. Respondi mentalmente.

- Você não tem nada de errado.

- Tenho sim, nunca vou me torna rei.

- Você não pode ficar no lugar do seu tio? Quando seu pai coroa o seu irmão, o seu tio coroa você.

- Já pensei nisso, não dá, só quem podia ser coroada era Alice e se por algum motivo meu tio morrer, Irina assume o trono, ai o povo de Mediana morre.

- Porque?

- Irina foi sempre muito gananciosa, ela sempre queria mais, meu tio foi sempre muito humilde. Meu tio percebeu que ela já estava passando dos limites, quando ela mandou um soldado matar outro soldado, meu tio ficou tão chateado que se separou dela e a filha deles morreram com uma doença que eu não sei.

- Nossa, isso é muito triste.

- É, e dizem que vida de rei é perfeita...O que você vai fazer amanhã? - Perguntou Miguel.

- Vou passear de bicicleta. - Respondi.

Eu amo andar de bicicleta no parque.

Miguel começou a rir. Seu sorriso é tão brilhante.

- Sério? - Perguntou ele rindo.

- Claro, porque não?

- Bicicleta é do tempo do meu avô.

- Bicicleta é uma coisa moderna. - Disse eu.

- Não acho.

- O que você acha moderno então?

A Princesa Perdida.Onde histórias criam vida. Descubra agora