Epílogo

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   A madrugada fria nem sequer era sentida em seu corpo exausto, impossibilitado de ao menos cogitar uma pausa, mais de dezoito horas em algum lugar da Romênia. Era apenas uma investigação, mas que saiu do controle e de repente Leon S. Kennedy e sua equipe se viram obrigados a lutar por suas vidas e a daqueles despreparados para enfrentar aquele maldito ataque bio-terrorista. 

   Novos experimentos, mais poder destrutivo, pessoas inocentes vítimas de um grande esquema político, sujo e corrupto. Quanto mais o agente do D.S.O lutava para colocar um fim a toda aquela barbaridade que se estendia por anos, mais se via em um círculo, no fim se perguntava se valia mesmo a pena continuar, se algum dia ele, seus colegas de profissão, a humanidade, poderiam ter paz novamente.

   Não havia uma resposta, não até onde sabia, e enquanto esperava por um desfecho, dava o melhor de si. Estava ferido, seu sangue se misturava aos vários em sua roupa graças às armas-biológicas, e pessoas infectadas que enfrentou.

   Entrou na estação de metrô, tudo estava silencioso, mas o registro de destruição e mortes estava claro. Havia combinado de encontrar seus companheiros ali, no entanto, tudo que encontrou foi partes de um deles.

  — Droga! — Praguejou.

   Não teve tempo de lamentar aquela perda, um barulho se fez presente numa área mais escura do local. Ligou a lanterna e se equipou com sua arma, andando cautelosamente em direção ao som.

   Viu um vulto correr entre os pilares da estação.

    — Quem está aí? Não me obrigue a atirar!

     Após a tentativa de contato, alguns disparos vieram contra si. O agente rapidamente se escondeu em uma das pilastras e revidou os tiros. Não acertou nenhum, e logo viu que a pessoa tentava fugir, ele não pensou duas vezes até correr atrás de seja lá quem fosse.

   O metrô estava se aproximando, e sua luz revelou uma silhueta feminina de relance. Duas tentativas a mais de alcançar a mulher, e o metrô já estava parando na plataforma. Kennedy desviou o olhar por um instante e no outro foi atacado por ela, que chutou a arma de sua mão.

   Ela tentou pegar o objeto ainda no ar, mas ele a impediu, de repente se viram em uma luta corpo a corpo. Não havia intenção de matar em nenhum dos dois e isso chamou a atenção de Leon, a iluminação era escassa, porém os movimentos dela, aquele aroma…

   

     Quando as portas dos vagões se abriram, ambos correram para pegar a arma do agente no chão, ele tentou segurá-la, mas ela se desvencilhou rápido, dando-lhe um golpe na região onde estava sua maior lesão. Com isso Kennedy foi ao chão, ela pegou a arma e correu para dentro do metrô, parando na porta e o olhando com um sorriso vitorioso.

  

  — Você já foi mais ágil.

  — Ada! 

   As portas começaram a se fechar, ele não poderia deixá-la ir assim, não desta vez. Se levantou, e chegou até o metrô com segundos antes dele dar partida, forçou a porta até abri-la, então entrou.

   Claro que Wong não o esperou, havia seguido para os outros vagões, e com sua única arma de fogo restante, já que havia perco a outra na última batalha antes da estação. Pegou a faca e uma granada de luz, não poderia baixar a guarda, não sabia o que poderia aparecer durante sua procura por Ada Wong.

      Ada e Leon tinham uma vasta lista de encontros em momentos como aquele, desde 1998, suas vidas se cruzavam, tanto no trabalho quanto fora dele. Era errado, perigoso, contra as regras, mas ao mesmo tempo excitante. Ele era um agente do governo e ela uma espiã procurada mundialmente. Seu dever era capturá-la e levá-la a julgamento, mas algo naquela mulher nunca o permitiu seguir com os princípios da lei. O sorriso, o olhar, o jeito envolvente, a coragem… ele não sabia explicar.

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