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Olhei para meu corpo no reflexo da água, agora, moldado por uma calça jeans preta, uma regata de florzinha (a única peça 100% minha) e um coturno preto. Esse Daryl é sem noção? Tá! Até que não ficou tããão ruim assim ... eu sou gostosa, nunca tinha percebido. Fui caminhando lentamente de volta ao grupo, com minha mochila pendurada no ombro esquerdo.
- Muito bem - falou nosso mais novo líder - Estamos com alguns carros, e algumas pessoas, podemos nos dividir.
- TIA ROSE! TIA ROSE! TIA ROSE! - começaram as duas crianças em um protésto para ficarem no mesmo carro que eu. Todos os olhares se voltaram para mim.
- UOOOU - exclamou Dale - Quem é essa e o que fez com a meiga Rosalie? O que aconteceu?
- Daryl aconteceu - Glenn respondeu por mim - Ele refez o "armário" dela - ri um pouco sem jeito.
- Cadê o Daryl, falando nisso? - questionei vizualizando ao entorno, o caipira não estava ali, eu não o via desde ontem.
- Fui mijar - respondeu aparecendo e fechando o zíper de sua calça jeans. Me virei pra ele que se aproximou rápido- O que aconteceu? - segurou meu rosto em suas mãos fortes girando em todas as direções procurando por mais ferimentos.
- Eddie aconteceu - respondi abaixando a cabeça.
- Filho da puta. Se desse eu arrancava ele do inferno pra matar de novo.
Eu sorri.
...
Ficou decidido que eu iria no carro da famíla Grimes, que desagradável! Ruim apenas pela presença de Lori. Morales e sua família partiram em um sentido oposto. Pelo caminho, observando a paisagem (ao mesmo tempo bela e feia), encostei a cabeça no vidro e pensei sobre ontem:
Andrea ainda estava muito abalada pelo falecimento da irmã, quase nem piscava os olhos. Completamente diferente de Carol e Sophia que pareciam radiantes. Uma ansiedade tomou conta de mim quando percebi que estávamos chegando ao CCD. Será que ele estaria lá? Será que ele morreu?
E o doutor Jenner? Esse neurótico, sem dúvidas, jamais abandonaria o trabalho.
Todos esses pensamentos se esvaziaram quando Rick me encarou pelo retrovisor, não pude evitar corar. MAS QUE PORRA! Eita, desculpa.
- Então, Rosalie ... acha que tem alguém lá?
- Provavelmente - se o Centro de Controle de Doenças não estiver procurando controlar essa doença, então, estamos perdidos - Tem algumas pessoas que eu tenho certeza que vão continuar lá ... eu tenho o cartãozinho de entrada, mas nem sei se funciona mais - dei de ombros.
- Você consegue entrar? - questionou Lori de uma forma bemm seca.
- É que nem eu disse, não sei se funciona mais.
- E sabe pelo menos aonde está esse cartão? - continuou a Senhora Grimes.
- Deve estar em casa, eu não sei!
Passado uma meia hora, Carl repousou sua cabeça no meu colo. A viagem, dali em diante, seguimos em silêncio.
*
Meu coração voltou a palpitar quando analisei os altos prédios de Atlanta - e os corpos estirados na rua. Rick virou o volante e por fim chegamos. Os outros carros estavam atrás, por último o trailer de Dale.
- Já tá quase anoitecendo ... - falou Carol quando todos nos encontramos na frente do jardim do CCD. T-dog e Daryl rodeavam o grupo preparados para matar qualquer morto-vivo que aparecesse.
- Eu vou na frente, eu posso tentar - falei já me encaminhado para frente do portão, observei as centenas (talvez milhares) de pessoas mortas no chão. - Olá? - questionei virando para a câmera - Tem alguém aí?
O grupo todo começou a ficar nervoso pela falta de respostas.
- Não tem nada nessa merda - bufou Shane me encarando.
- Eu não tenho culpa tá? - retruquei já meio sem paciência.
- AH, mas tem culpa sim! Se não fosse por- - ele começou a exaltar a voz, Grimes o impediu.
- Shane, deu! Não podemos fazer barulho!
- EI, EI! - Daryl chamou atenção para si - ZUMBIS - apontou para uma pequena horda que se aproximava de nós. Então do nada (literalmente do nada), todos começaram a bater nas portas de vidro chamando atenção.
Eu não parava de olhar para a câmera, na esperança de que a mesma se mexesse. "Vamos lá, vamos lá" sussurrei para mim mesma, "Nem que seja ele"
- EI, SE MEXEU - exclamou Carl.
Estávamos salvos ...
... bom, por enquanto.
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