Trabalho novo, vida nova...

Indo

Meu nome é Anna, tenho 21 anos, acabo de entrar pro FBI, sim! É meu sonho desde menina e agora consegui realizá-lo. Estou fazendo minhas malas enquanto meu pai chora na cozinha.

Meu pai sempre me apoiou em tudo, mas desde a morte da mamãe eu virei sua garotinha de 8 anos novamente. Ele é um renomado médico aposentado, do meu quarto eu consigo ouvir seu choro abafado. Ele quis ficar encarregado de fazer uma nécessaire com umas lembranças para me acompanhar nessa nova caminhada da minha vida.

- Filha, aqui tem umas fotos, sua boneca Agente Joaquina e umas fotos com sua mãe. Lembre-se de me ligar, mandar mensagem. Não esquece do velho aqui tá!

- Paizinho não chora não, jamais eu vou esquecer quem mais me apoiou nesse meu sonho! Sempre que puder venho te visitar, agora o senhor tem uma desculpa pra fazer mais amigos e quem sabe até uma namorada hein.

Meu pai, assim como eu não tem muitos amigos, mas o tio Phill sempre dá um jeito de animá-lo.

-Olha ela cresceu e já vai bater as asas.

Falando nele, tio Phill entra com uma caixinha nas mãos e vem me dar um abraço antes que o taxi chegue.

- Tio, vou sentir tanta saudade das suas loucuras, o senhor não tem noção.

Mal termino de falar e o taxi anuncia sua chegada, peguei as 2 malas e minha mochila entrei no taxi e os olhos deles encheram d'água, mas agora eu tenho que seguir enfrente o meu futuro está bem perto.
Antes do táxi dar a partida Tio Phill me entrega aquela misteriosa caixinha
- Abra somente quando chegar lá.
Assenti e me despedindo com vários acenos de mão.

No aeroporto eu faço o check-in e já espero enfrente ao portão F com destino a Washignton, sim vou para a capital dos EUA. 11 horas sentada num avião cheio de brasileiros de todos os cantos e só com minha playlist no Deezer e meus doces. Sento na janela pois adoro ver a decolagem e um homem alto, com cabelos levemente bagunçados, um olhar marcante. Certamente provoca qualquer mulher que lhe convém, senta ao meu lado. Faz muito tempo que eu viajei de avião sinto uma leve dificuldade em prender meu cinto

- Deixa eu te ajudar.

- Não obrigado!

E na força do ódio eu consigo prender o cinto, tento ignorá-lo durante toda a viagem. Quantos mais eu tento mais ele puxa assunto.

Já se passaram 5 horas, estou ficando cansada e decido ir ao banheiro tomar um banho, peço licença ao homem a minha direita e tenho passagem livre para o banheiro. Lavo meus longos fios de cabelos castanho claro.

Escovo meus dentes e passo um gloss de adolescente e troco de roupa, estava vestindo uma calça jeans casual uma regata branca com uma jaqueta jeans soltinha num All Star.
Logo troco por uma calça legging preta o mesmo all star preto e um moletom cinza liso Retorno ao meu acento, mas aquele homem com um olhar marcante me olha de cima a baixo e me aborda

- Perdão moça, mas a senhorita fica mais bonita a cada combinação de roupas.

Mano como assim? 5h de voo e ele já tava assim? Nossa senti meu estômago se revirar dentro de mim. Meu rosto fica tão vermelho quanto um pimentão até que ele me dá passagem e completa seu elogio.

- Sinto muito se lhe deixei desconfortável.
Me chamo Nathan Smith

Ele estende a mão para me cumprimentar, me alojei no meu acento e fiz o mesmo

- Prazer, meu nome é Anna.

Conversamos por exatos 10 min e depois eu dormi o restante da viagem.

Sinto alguém tocando em minha cintura e desperto apertando as mãos que arrumavam meu cinto para o pouso.

- Desculpa não quis te assustar, vamos pousar! Que força você tem.

Me arrependi de não ter machucado o punho dele, só assenti e não falei com ele.

Peguei minha mochila e fui para o setor de desembarque para pegar minhas malas, não vi o Nathan e fiquei muito contente com isso, pego meu celular tiro do modo avião e vejo que em 10 ligações do meu pai e 25 mensagens dele e do Tio Phill. Depois eu respondo eles, vejo minha carona, um carro preto com vidro blindado, por sorte fiz 3 anos de inglês e certamente não terei dificuldade.

- License this is the car to FBI headquarters?

- Vejo que andou treinando senhorita Anna, sou o agente Rodrigues, aqui não será necessário você dialogar em inglês, vamos para a sede mas lá falamos os dois idiomas.

- Ah sim, muito obrigada.

- Vou levá-la ao seu apartamento, por enquanto vamos dar a você 1 semana para que possa se adaptar a cidade e para que passe também o famoso efeito jet leg.

Ele me ajuda com a bagagem e seguimos rumo à minha nova casinha. Ficamos conversando sobre a hierarquia no quartel e depois ele me disse os pontos turísticos da cidade.
Rodrigues era um cara alto, moreno de olhos verdes claro, cabelo meio enrolado meio liso no proporção certa. Ombros largos e por baixo de seu terno sua camisa social marcava bem seus músculos dos braços. Ele freia bruscamente fazendo com que eu dê um solavanco no banco.

- Chegamos, seu apartamento é o 303 bloco C.
Vou te ajudar a levar suas malas e depois voltarei em uma semana para te levar à agência.

Subimos algumas escadas para chegar ao bloco C e depois um elevador para chegar ao meu apartamento, Rodrigues é bem sério, de vez em quando pego ele me olhando e quando ela percebe que eu o vejo ele solta um sorriso torto.
Chegamos enfim, ele entra e deixa as malas na sala e segue em direção à porta.

- Qualquer coisa me ligue.

Ele diz anotando seu número num pedaço de papel e o colocando na bancada de pedra que separa a sala da cozinha.

- Obrigada, até mais.

Ele não faz questão de olhar para trás e fecha a porta. Pego meu celular e ligo para meu pai que me atende com uma voz de alívio imensa.

- Alô, Anna? É você filha?
- Sim pai sou eu, cheguei agora no meu apartamento, estou indo desfazer as malas.
- Filha tome cuidado por favor, sei que seu sonho é trabalhar em campo mas pegue leve ok?
- Ok pai, vou desligar, já posso sentir o jet leg.
Beijos, eu o amo.
- Beijos filha, a amo mais.

"Emprego novo, vida nova, tudo novo Anna"
Penso comigo mesma enquanto exploro aquele apartamento pequeno.