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"Me desculpe. Eu ultrapassei os limites, me desculpe. Se você quiser, podemos conversar."
Beijo Serkan como se eu estivesse prestes a perdê-lo outra vez. Minhas mãos automaticamente pousam em sua nuca e meus dedos encontram o caminho no espaço atrás de sua orelha, prontos para nunca mais deixarem sua pele. Encosto meus lábios sedentos e, infelizmente, ainda apaixonados nos seus e sinto sua barba no meio do nosso toque. Um toque que eu venho ansiando em sentir de novo mesmo depois de 5 anos.
Cada escolha que me levou a estar ali naquele momento desaparecem e perdem sua magnitude quando o gosto da sua boca invade a minha. Nossos lábios são capazes de reconhecem a moradia mesmo depois de tanto tempo longe um do outro. Dançam juntos e não precisam de ensaio. É uma serenata linda, mas triste.
5 anos em outro país, longe de casa e longe de onde metade do meu coração ficou. Nenhum canto da Itália, França ou Alemanha foi capaz de reconstruir meu interior dilacerado e reunir os cacos no chão da minha vida. Nada era tão doloroso para me fazer esquecer de suas últimas palavras. Nada era tão doce para me fazer esquecer do seu sorriso. Eu havia tentado... por diversas vezes eu tentei. Escolhi minha melhor roupa, no melhor restaurante, com o cara mais legal. Mas no fim da noite, era o rosto dele que enfeitava meus sonhos.
Como se não bastasse todas as lembranças emocionais que Serkan deixou em mim, havia Kiraz. Uma Yildiz, para todos os efeitos. Mas também uma Bolat de sangue e coração. Meus traços contidos em cada centímetro do seu pequenino corpo de 4 anos e 4 meses contrastavam com a personalidade de seu pai. A cada descoberta, cada centelha de uma nova personalidade, lá estava Serkan. Não havia como esquece-lo mesmo se eu quisesse.
Felizmente, as portas da janela que davam na varanda do quarto estavam escancaradas o suficiente para não nos atrapalharem e Serkan me puxa para dentro, ambos cambaleando trôpegos até a cama.
Excitação infla pelo meu corpo. Definitivamente excitação. Cada poro da minha pele lembra do seu toque e reage do modo certo quando sente seus dedos vagarem por todo o caminho, das costas até minha cintura, segurando firmemente sobre o tecido de minha roupa.
Gemo quando a sua boca cai avidamente sobre a minha. Suas mãos sobem e adentram meu cabelo, tornando as sensações combinadas da sua língua na minha boca e o seu corpo pressionado contra o meu luxuriantes e tão intensas a ponto de me fazerem choramingar. Com um gemido baixo, Serkan enterra o rosto no meu pescoço e sua pelve pressiona contra a minha. Eu gemo suavemente, e então ele empurra contra mim de novo... e de novo... e eu não consigo conter a necessidade ofegante que escapa do meu inteior.
– Allah, como eu senti saudade esse som... – A respiração dele faz cócegas na minha pele enquanto ele salpica beijos ao longo da minha clavícula. Seguro firme nos seus ombros ao mesmo tempo em que ele nos abaixa o suficiente para que meu corpo caia no colchão, como havíamos feito tantas vezes no passado.