Um Perfeito Estranho

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  Todos estão perfeitamente bem arrumados esta noite

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  Todos estão perfeitamente bem arrumados esta noite.

     E não é para menos. A formatura é algo especial para a maioria das pessoas, ainda mais quando se fala em adolescentes com a puberdade à flor da pele ansiando por novas experiências. Uma época da vida em que festas, músicas e amigos são tão essenciais quanto respirar.

    As luzes coloridas e a atmosfera quente e abafada denunciam que será uma longa noite. Talvez divertida também.

    Com vestidos graciosos quase do mesmo tamanho, as meninas andam de um lado para o outro trocando risadinhas discretas. Aposto que estão debochando do quanto os meninos ficam ridículos em ternos bem passados e perfumados. Sabe, garotos de treze anos não gostam muito de usar esse tipo de vestimenta. E todos eles estão engraçados de certa forma.

    Menos ele.

    O garoto de cabelos cacheados tão escuros quanto seus olhos que se assemelham a uma noite de inverno, sem nuvens nem estrelas no céu, que acaba de passar pela entrada da quadra está carregando uma inconfundível dose de elegância. Parece até mesmo mais velho, mais vistoso. Seu rosto delicado e juvenil contem uma expressão de tédio tão desanimadora quanto uma porta sem tranca. Ele odeia a escola, e também odeia o fato de ser obrigado a vir a última festa do ano, bem como todos os presentes.

    — Amy, olha como o Finn está gatinho de preto! — Katherine comenta ao meu lado sorrindo maliciosamente.

    Minha colega e companheira de festas não parece ter conhecimento que Finn Cavaliere fica bem em qualquer cor. Não apenas pela beleza relevante da sua pessoa, ou o modo como ele anda que o faz parecer ainda mais atraente, mas porque acredito que ele fique bem. Quando se está apaixonado, até a mais horrível das criaturas se torna agradável aos olhares de um coração preenchido de tal emoção pela mesma. Minha mãe sempre diz que a paixão é uma demência momentânea. Talvez ela tenha razão, porque sou louca por ele.

    — Você fala como se ele fosse o único. Wesley também está uma gracinha. — tento desviar do assunto, olhando para o outro lado da quadra onde o loiro bebe um gole de refrigerante olhando fixamente para minha amiga. — E não para de olhar para você.

    — Ele é um pervertido! — ela exclama irritadiça.

    — Se chama perversão de paixonite, creio que ele seja pervertido demais por você — brinco.

    Ela revira os brilhantes olhos azuis.

    Katherine nega até a morte, mas sei que ela gosta tanto de Wesley quanto ele gosta dela. Os dois enrolaram o ano todo com bilhetinhos entre as aulas até finalmente se encontrarem atrás da igreja para darem um selinho. Teria sido romântico — ele até levou flores para ela —, se o pai da loira não tivesse passado com sua picape preta estridente bem na hora. Katherine culpou Wesley e os dois não se falaram desde então. Não é novidade que ele gosta dela, e isso fica bem claro a julgar pela sua atenção voltada para ela em... Todas as aulas que ambos compartilham.

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