Insomnia

Fumaça de fogueira de campo

Eu não sei se estar traçando este caminho

foi a escolha correta daquela bifurcação.

Não me conheces mais. Tudo soa tão diferente daquele que eu

costumava ser.

Mas algumas coisas sempre serão as mesmas,

assim como o meu amor por você e pela sua presença.

[...] E meu amor pela vida e seus pequenos momentos

de bucolismo, quando eu posso achar

refúgio em algum rancho campestre.

Um rancho onde a qualidade das fotos não importa,

mas sim o aroma do café recém-feito e o seu abraço

na porteira da frente.

Um rancho onde eles podem correr 

descalços sem medo do chão subir sobre vossas cabeças.

Um lugar onde o céu desaba em poder e em...

Chuva.

Se pedires a meus amigos uma frase para me representar

eles apenas dirão: "fumaça de fogueira de campo".

Pois onde há fumaça, glória e ardentes sentimentos lá

estou eu.

Entenda, escrevo-te este poema porque não há nada

que eu possa fazer para mudar toda esta morbidez

que me é imposta.

Não há mais nada que nós possamos fazer para reestruturar

o jardim morto;

o rio seco;

o fogo apagado.

[...] Nada a não ser clamar por pentecostes.

Nada a não ser esperar tudo passar e, solenemente, 

iniciar uma nova fase, um novo desafio, uma nova vida.

Uma nova  noite se aproxima enquanto a nossa fogueira

é acesa no nosso lugar preferido do quintal.