Prólogo

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Lia

Acordo com um barulho no corredor, me levantando mesmo estando vestida de camisola e abro a porta. Me assusto ao ver dois homens idênticos vindo na minha direção. Eles são altos e tem uma posse intimidadora que os deixava ainda mais misteriosos, seus cabelos são de um tom claro de castanho e os olhos têm a tonalidade de um quartzo de verde que me deixa em transe. Quando a epifania passa e  me lembro que estou sozinha com Rayna em casa me desespero e entro no quarto rapidamente, me movo desnorteada pelo quarto sem saber o que fazer.

Me assusto ainda mais quando eles adentram o quarto me encarando intensamente e sinto meu rosto esquentar quando eles me encaram de cima a baixo, olhando bem para eles percebo que não são tão idênticos como achei que eram, um tem uma expressão mais fechada e o outro mantém uma expressão debochada no rosto.

Um deles se aproxima de mim, quando abro a boca para gritar ele é mais rápido e coloca um pano com um cheiro forte em meu nariz me fazendo perder as forças e minha vista se escurece.

***

Minha cabeça lateja e analiso o ambiente a minha volta, não conheço o quarto em que estou, meus olhos doem e me lembro dos dois homens que invadiram a casa. Talvez fossem assaltantes, podem ter ficado sabendo que a casa estava desprotegida e invadiram. Isso me lembra de Rayna, será que a levaram? Que Deus abençoe que ela esteja bem.

Caminho até a porta branca e a abro sem fazer barulho, antes de sair do quarto corro os olhos pelo ambiente a procura de algo para me defender, no canto da cama vejo o abajur e vou até lá pegando-o.

Saio do quarto e caminho por um corredor com algumas portas igualmente brancas como a do quarto em que eu estava, desço as escadas e passo pela sala onde um deles dorme. A alguns metros vejo uma porta entreaberta e penso ser essa a minha chance de fugir, mas lembro-me da minha amiga, se me pegaram devem tê-la pego também.

Ouço um som vindo do que parece ser a cozinha e aperto o abajur em minhas mãos pronta para bater na primeira pessoa que eu vir. E é isso que faço quando vejo o outro gêmeo de costas para mim, lavando algo na pia.

Bato com força o abajur em sua cabeça, ou pelo menos tento, já que ele parecia ser duas vezes maior que eu. Acerto suas costas duas vezes, ouço o sequestrador estranhamente gostoso reclamar da dor e me pedir para parar.

Ele pega o abajur das minhas mãos e arregalo os olhos assustada, o sequestrador me encara como se eu fosse a pessoa mais louca do mundo e sorri  exalando deboche e uma alto-confiança tão grande que eu mesma nunca tive e se tivesse é bem provável que eu morreria intoxicada com meu próprio ego. O cretino sabia que era bonito e não parecia ser nem um pouco modesto.

– SEU CRETINO MALUCO, ONDE EU ESTOU? ONDE RAYNA ESTÁ E PORQUE ME SEQUESTRARAM? SÃO ASSASSINOS? PORQUE SE QUISEREM MATAR MINHA AMIGA VÃO TER QUE PASSAR POR CIMA DE MIM! – Digo com raiva e tenho que respirar fundo para voltar a respirar normalmente.

Ouço passos se aproximando e me viro vendo o homem que estava dormindo no sofá atrás de mim, ele tinha os cabelos bagunçados, a cara amassada e coçava os olhos de uma maneira sexy e ao fofa ao mesmo tempo.

– O que é que você fez para essa mulher gritar tão alto? Aposto que foram aquelas piadas horríveis que você vive contando. – Ele diz caçoando do homem que eu acertei com o abajur e sequestrador-abajur revira os olhos.

– Olha aqui, as minhas piadas são ótimas, se você quer saber. E outra, se essa louca está gritando a culpa não é minha, pois saiba que quando eu faço as mulheres gritarem são por motivos bem específicos – Ela diz em tom de malicia e reviro os olhos, hello! Eu ainda estou aqui, sequestrada... e confusa.

– Dá para vocês pararem de discutir e me dizer onde está minha amiga antes que eu...

– Antes que me atinja de novo com um abajur? – O sequestrador-abajur pergunta me encarando divertindo-se com as sobrancelhas arqueadas.

Me preparo mentalmente para brigar com ele e o atacar com o abajur, desta vez com ainda mais força, mas o Sr. soneca me interrompe dizendo – Rayna está lá em cima, no quarto ao lado do que você estava.

Após ouvir isso corro em direção as escadas subindo rapidamente e entro no quarto vendo-a beijar... Gael?

Que merda está acontecendo aqui? Ele também foi sequestrado?

Assim que ela me vê se separa dele e vem até mim me abraçar, retribuo a apertando e suspiro aliviada ao perceber que ela está bem.

Nos separamos quando ouço o sequestrador-abajur e o Sr. Soneca chegarem no quarto, seco as lágrimas que nem percebi que escorriam pela minha face e caminho enfurecida na direção deles, mas sou impedida por Rayna que segura meu braço me impedindo.

O que ela está fazendo?

– Rayna, Anelia; esses são Anton e Ivan – Gael aponta para os gêmeos e a ficha finalmente cai. Gael é amigo deles; não queria que Ray fosse entregue a seu pai, então a sequestrou e eu... Bom, eu vim de brinde.

–Se for para ser sequestrada por sua causa, fico feliz que tenham gêmeos gostosos. Ao menos não ficarei entediada – Sussurro para ela e mordo os lábios olhando para eles.

Sinto que vou me divertir muito!

***

XOXO!

Ela é a nossa perdição - REESCREVENDO Onde histórias criam vida. Descubra agora