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Nathan PoV

Eu tentei me desligar do encontro com a minha mãe porquê logo nós chegamos a casa do Richard, eu não precisei ser apresentado ao pai da Meredith, mas estar com ele fora do ambiente profissional é diferente. Eu estaciono mas não saio do carro

- Você tá nervoso

A Meredith coloca a mão em cima da minha, no volante

- Não tô, eu conheço o Dr Webber

Ela ri

- É Richard, no caso

Olho pra ela com os olhos semicerramos

- Meredith.... você não vai aprontar nada, não é?

- É claro que não, vamos

Ela vai sair do carro, mas eu seguro a mão dela

- Espera, ele vai... sabe... ele estava quando... quando 

Eu não consigo pensar em um jeito de continuar essa frase sem constranger nós dois, a Meredith se arruma no banco, virada pra mim

- Você tá bem com isso, Nathan? Entendeu meus motivos? Eu amo você, eu quero ficar com você, mas eu não quero casar agora

Eu seguro as mãos dela

- Eu entendi, Mer, de verdade

- Então pronto, não precisamos explicar nada pra ninguém e se alguém perguntar, diga que eu não gosto de usar anel

- Você não vai contar que não estamos noivos?

Ela tira as mãos das minhas, segura meu rosto e me dá um beijo

- A nossa vida só interessa a gente

Eu concordo e nós dois saímos do carro, a casa é grande

- Você cresceu aqui?

- Foi ou quase, desde que minha mãe veio morar com o Richard

- Peraí, o Richard não é seu pai mesmo?

Ela me olha sem acreditar

- Não, o Richard é meu padrasto, meu pai biológico que me deixou a casa que eu moro agora, mas não importa, o Richard é meu pai e ele que deu um jeito de me criar enquanto minha mãe fazia cirurgias pelo mundo

A Meredith olha pra cima e respira fundo

- Vamos entrar

Ela chama, nós saímos do carro mas eu vou voltar a falar sobre isso.

A Meredith toca a campainha várias vezes

- Pra que isso?

- Porque é irritante

Ela responde como se fosse normal, não demora pro Richard abrir a porta

- Bom dia, impaciente, cadê sua chave?

Ela ri

- Tá na minha bolsa

Eles riem, se abraçam e ele olha pra mim

- Bom dia, Nathan

- Bom dia, Dr Webber

Ele dá um meio sorriso

- É Richard, vamos entrar

Nós vamos pra mesma sala que ficamos da outra vez

- Como está a Alice?

Ele pergunta, a Meredith passa a mão pela barriga e sorri

- Bem, crescendo rápido e se mexendo muito

Eu amo vê-la falando sobre a Lily, parece que minha princesa ouve e chuta, deixando claro que está lá e nós sorrimos

- E eu tenho certeza que ela será igualzinha a você

Eu digo e a Meredith sorri pra mim

- Ah, Nathan, você não tem ideia do que tá dizendo, se ela tiver a personalidade da mãe quando era criança

O Richard brinca

- Ei!

A Meredith reclama

- Ah é? Me conte mais sobre essa Meredith mirim

Digo pro Richard

- Podem parar, os dois

A Meredith aponta pra gente

- Quando ela era criança, a Meredith era toda independente, desse jeito que é hoje, o problema é que ela não tinha nem tamanho, um dia ela cismou que ia morar sozinha

Eu olho pra Meredith e ela cruza os braços

- Já não sei mais de foi uma boa ideia te trazer aqui

Ela diz pra mim, eu dou risada

- Quantos anos ela tinha?

- Cinco, sabe onde ela foi morar? No jardim! Pegou tudo que ela precisava, a barraca de castelo, ursinhos de pelúcia, um suco, um pacote de bolacha, um de salgadinho e foi embora pra sempre

Richard termina de contar, rindo, eu dou risada também

- Vai, termina de contar o que aconteceu

A Meredith finge estar com raiva, mas ela também ri

- Ela ficou mais tempo arrumando tudo do que dentro da barraca, um trovão foi tudo que precisou pra ela correr pra dentro de casa, cinco minutos depois, pra se esconder ao meu lado no sofá

O Richard sorri pra ela, eu nunca tinha visto como era o relacionamento entre pai e filha deles, é tão diferente do que sempre foi na minha casa

- Eu fiz ele ir buscar meus ursinhos na chuva

A Meredith olha pra ele com tanto amor que eu sei que é exatamente isso que eu quero ter com a minha Lily.

- Ah, se tem uma coisa que eu jamais vou esquecer foi quando ela descobriu que se chamavam os médicos pelo sobrenome, ficou uma semana fazendo todo mundo chamá-la de Dra Grey, aos sete anos, inclusive na escola

Nós três rimos, o Richard segue contando algumas histórias sobre a Meredith e nós mal vimos o tempo passar, depois do almoço, estamos comendo uma sobremesa deliciosa do chocolate e o Richard toca no assunto que eu temia

- Então, eu não vejo uma aliança

Eu quase me engasguei com o doce

- Eu não uso anel

A Meredith responde como se fosse a coisa mais simples do mundo e não tivesse feito meu coração errar algumas batidas

- Parece que você já descobriu que não é nada fácil, né Nathan?

O Richard leva na boa, eu sorrio mas não continuo o assunto

- Como pai, se o senhor tivesse que escolher, qual diria foi a parte mais difícil?

Eu pergunto, o Richard olha pra Meredith e sorri

- Acho que quando os meninos começaram a ser assuntos sussurrados em conversas ao telefone e logo depois eles chegaram na porta, aquilo foi terrível

A Meredith ri, eu sorrio pro Richard, ainda bem que a Lily vai demorar pra crescer

- Não foi tão ruim assim, eu achei que tinha sido pior quando eu fui pra faculdade

A Meredith diz

- Ah, também não foi muito bom, eu sentia muito a sua falta, na verdade a parte mais difícil foi quando eu percebi que ela não precisava mais de mim, que ela sabia se virar sozinha e eu não era mais necessário

O Richard sorri meio sem graça, a Meredith levanta e o abraça

- Ah, pai, esse dia nunca chegou, eu ainda corro pra você sempre que preciso, foi aqui que eu vim chorar quando descobri que estava grávida, você sempre será necessário

O Richard dá um beijo no cabelo da Meredith e eu sei que se eu for metade do pai que o Richard é, eu serei um homem realizado.

Amor em fases [CONCLUIDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora