Capítulo I

7 2 0
                                    

    "Eu estava nas mãos dele, entretanto, mal sabia o próprio que encontrava-se completamente nas minhas.  As costas dele contra a estante, minha cintura envolvida por sua canhota, nossos lábios num beijo selvagem e carente. Com a respiração ausente, envolvo seu pescoço com a minha destra.
     O estralo é mútuo. Ambos estamos com o dedo no gatilho.  Os corpos colados não descrevem a intensidade e necessidade desse beijo, porém a dita adrenalina, aquele maldito perigo de duas vias, inibindo todos impulsos de ceder.
      Confesso. Iniciei este jogo, e jamais perderei _ posso passar por Deus e pelo Diabo, mas nunca retrocederei. Só que toda essa merd*** não entra no meu cérebro por alguma razão quando essa língua me envolve, quando essa boca estúpida me domina, muito menos chegando os choques trazidos pelas infâmias mãos firmes e curiosas.
     Esse perigo me faz ficar curiosa por explorar mais.  Já desci ao inferno há anos, medo de arriscar? Completamente ausente.  A sanção excalofriante é tentadora porém sou rainha desse jogo, e meu posto jamais será tomado por esse rei vil.
     Uma pausa por ar nos afasta mas nos mantém próximos em certo sentido.  Olhares intercalados entre os lábios e as pupilas, tão imenso clamor por mais. Sem olhar atrás, caminho de costas.  Pablo apenas tira as costas cravadas na enorme estante, somente quando alcanço a porta abaixa-mos nossas armas.
     Essa mulher que vos fala, está está com o Diabo na mira e nos lábios.  E lhes confessa amar as vis carícias, mas também anciar pelo pescoço do mesmo moreno de íris esverdeadas. Seduzir-lo é mais efetivo do que parecia ao princípio, mas fazê-lo baixar a guarda...ainda exigirá mais batom. Minha vingança começa deste ponto. Apenas lamento não conseguir silenciar os batimentos barulhentos  de meu coração.
     Nunca concordei tanto com as palavras de papai: "Entre os escândalos do coração, e as advertências da mente; seja fria. Feche os olhos e pense num alvo." Dom Paolo soube como cravar seus ensinos a ferro e fogo em mim. Isso me recorda: devo vingá-lo. Se meu espírito se partir, não pararei. Se me abandonarem ao léu, ainda assim não pararei. Irei até os confins da Terra em busca do que clamo. Os ossos dele pedem minha mão pesada sobre aquele que me tirou ele.
     Serei a única triunfante no fim."

   Tudo isso eu explico melhor como ela fez, porquê, como, onde, com quem, quando e onde no capítulo II.

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Jun 19, 2021 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

Aurora pela janelaOnde histórias criam vida. Descubra agora