04. Sentimentos

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Confuso, ele abriu os olhos

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Confuso, ele abriu os olhos. Havia uma pequena claridade iluminando aquela sala. Um abajur, em seu lado esquerdo. Encarou o outro lado daquele cômodo, vendo alguém sentado na poltrona. Foi quase automático. Os olhos castanhos se encontraram.

— Ah meu filho! — Senhora Hinata, levantou-se, indo de encontro com a maca. — O quê passou na sua cabeça, meu amor? — perguntou, serena.

A mãe do ruivo, começou a mexer em seu cabelo. Retirando a franja de sua testa. Haviam fios interligados em seu braço. Ele os levantou com cuidado.

— Isso é soro, Shoyo. — Explicou a mãe. — Por que ficou quatro dias sem comer, meu bem?

Mesmo estando tão calma, a Senhora Hinata, estava louca de preocupação. Nunca tinha reparado isso no filho, esse comportamento estranho. Ele era depressivo? Eram tantas perguntas. A mulher ficava feliz apenas de vê-lo acordado.

— Não faça isso comigo — seus olhos se encheram. — Por favor, Shoyo, me responda!

Hinata não tinha palavras para se expressar. Ele não conseguia pensar em alguma desculpa, até porque, quem fica quatro dias sem comer nada? Shouyou sabia que sua mãe estava preocupada e um tanto assustada. Mas o que ele poderia fazer? O que poderia dizer?

— Não sei se você se lembra...

— Filho...

Mama me escute. — Ele respirou fundo. — Aquele dia nas férias, quando eu tinha dez anos. Eu desci e quase subi uma montanha. Lembro da senhora indo me dar uma bronca. Era um desafio de certa forma, problemático. Mas eu quase provei que alguém poderia fazer o que eu fiz. É a mesma coisa agora. A mesma situação. Queria ver por quanto tempo eu aguentaria sem comida.

— Você tinha dez anos. Olhe sua idade agora! — as lágrimas já rolavam pelas sua bochechas. — Faz quatro dias que Kageyama não dorme lá em casa também, será que tem algo a ver?

Shoyo negou rapidamente com a cabeça. Sua mãe não cedeu, e sua ideia se formava cada vez mais em sua mente.

— É por isso que você, simplesmente, parou de comer? — A voz embargada de sua mãe, o fez perder a postura. Desabou a chorar.

Nenhum dos dois iria parar com aquilo. Sua mãe não acreditava no que ele tinha dito, e colocou Kageyama no meio de algo que nem o diz respeito. Fazer desafios desse tipo é algo tão problemático e doentio, que nem é levado a sério?

Mama, eu já te expliquei.

— Não! — rugiu. — Não! Não! Não! — puxava os próprios cabelos. — Você — apontou —, você não faz desafios idiotas nesse nível. Tem consciência disso.

— Desafios idiotas? — era possível ver a confusão que aquilo estava.

A Senhora Hinata limpou as lágrimas rapidamente. Se pôs a frente da maca, enquanto Shouyou virava o rosto para não encará-la. Não podia desrespeitar sua mãe, e ela estava certa afinal. Seus desafios eram idiotas. Suas metas eram idiotas. Seus sonhos eram idiotas.

Dreams - KageHinaOnde histórias criam vida. Descubra agora