P R I D E # Mina Ashido

"o lado rosa da força"

 Querido caderno cor-de-rosa oferecido pelo Kirishima que estava no fundo da minha secretária atulhada de lixo.

 Olá. 

 Como vais?

 (Mentira, eu não acabei de perguntar isto a um caderno...)

 Vamos ao que interessa.

 O assunto principal.

 A origem deste texto. 

 A razão de estar a escrever...

 Sabes que mais... Acho que já entendeste. 

 (Eu nem acredito que estou a falar com um caderno *inserir facepalm*)

 Mas eu tenho uma boa explicação. Realmente. É junho, ok?! As aulas já acabaram e o Kirishima e o Bakugo foram de férias juntos, o Denki está a visitar a Índia, com a família, e o Sero (a fada sensata, que desde novo sabe de tudo) está na casa da avó a cozinhar, segundo as fotos que ele mandou no nosso grupo de whatsapp "o lado cor de rosa da força", comida mexicana com a matriarca da família. Eu também quero tacos!

De momento vocês devem estar a perguntar porque o nosso grupo tem esse nome. É explicável. O grupo é composto pelo Kirishima (a criatura bissexual), que namora com o Bakugo (o pincester violento que demorou quase dois anos a perceber que era mais gay que o arco-íris), pelo Denki (pansexual que flertaria com uma flor se ela lhe desse atenção, apesar de namorar, e que é genderfluid), pelo sero (assexual e não binário) e por mim (lésbica convicta e demigirl).

 O nome deriva de um dia em que nós estávamos a ver os star wars, às três da manhã, numa maratona, todos juntos e, o Pikachu de Chernobyl (já todo chapado de sono) disse que se nós fossemos personagens da franquia, criaríamos o nosso próprio lado da força, o lado cor-de-rosa. 

 Temos problemas? Sim.

 Agora lidem com isso. 

 Mas ainda assim não chegámos ao ponto de real importância.

 (estou a demorar demasiado a lá chegar)

 Resumidamente, é junho. O mês do orgulho.

 E eu continuo sem namorada!

 Eu! A gostosa suprema!

 A pessoa mais linda à face da Terra.

 Ou melhor, do universo. 

 Os aliens que lutem!

 Acho que não estão a entender a dimensão do problema. Eu estou rodeada de casais gays muito fofos e ali a fazer de tocha olímpica, candelabro e fogueira de acampamento. E estou carente. 

 Eu quero uma namorada.

 Fofinha.

 Vá lá Deus, já só aceito qualquer coisa que me vier na rifa.

 Só quero alguém que me faça levantar todas as manhãs, que me faça querer proteger de todo o mundo, que eu queira abraçar todo o anto minuto, que esteja lá para mim e que me dê chocolate. Que maratone comigo pela décima sexta vez o E.T. e filmes de aliens (eu tenho uma obsessão, realmente).

 E estamos em junho. Nós, gays, devíamos atacar e governar o mundo agora, é o mês em que estamos mais fortes! Simplesmente alguém me ouça!

 Mas sério, eu só quero alguém.

 Com muito atrevimento e filmes de aliens (e chocolates), 

 -Mina Ashido