A Chegada - Capítulo 1

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Chegamos sem nada nesse mundo como resultado de dois genes naturalmente unificados em um só. Uma célula se transforma em duas, que se transforma em quatro que se transforma em um milhão. Naturalmente aprendemos como é o mundo e como ele funciona. Como estudar, trabalhar, ter uma casa, emprego, família e a tão sonhada aposentadoria, aonde você vai poder finalmente desfrutar das sementes que você plantou. Isso deveria ser o suficiente não é mesmo? Então por que não estamos satisfeitos?

Amelía nasceu no dia vinte e cinco de dezembro de mil novecentos e noventa e sete ás meia noite e meia em uma cidade grande no nosso pequeno planeta.

Amelía aprendeu a falar e escrever muito cedo, mais cedo que qualquer criança antes dela e de qualquer criança que viesse depois. Sempre foi questionadora. Aos 7 anos quando estava em uma aula de história sobre colonização quando seu professor estava explicando sobre colonização Amelía conscientizou uma turma inteira de como era injusto o que aconteceu com os índios. Aos 10 ela já havia aprendido sozinha duas línguas apenas assistindo filmes em seu computador. A questão é que ela era uma garota como qualquer outra garota de sua idade porém com um vazio enorme em seu peito que nunca parecia se preencher.

A mãe de Amelía soube que a filha era diferente desde que a segurou pela primeira vez em seus braços,  aquele pequeno serzinho  segurou seu dedão com a pequena mãozinha e a encarou, e naquele exato momento ela sentiu uma sentimento imenso de amor e gratidão. A partir dali  ela sabia que aquela menina seria alguém que valeria a pena proteger e incentivar. E é isso que ela fez a vida toda. Criou Amelía sozinha, seu namorado a abandonou no momento que soube que estava grávida, e desde sempre apoiou sua filhar , mesmo quando não entendia o que ela falava.

 Nossa história começa quando Amelía tinha 13 anos. A garota tinha acabado de ir dormir quando seus sonhos se tornaram lúcidos e ela estava na presença de duas figuras  que por mais que nunca tivesse as visto, eram familiares em seu âmago.

A primeira figura era um homem baixo com a pele marrom avermelhada, ele possua pintura pelo seu corpo, olhos pretos como jabuticaba, cabelos lisos e pretos como a noite e uma pena em sua cabeça. A outra figura era alta, pele branca amarelada, olhos puxados, careca e um olhar que transparecia pura calma e serenidade. Amelía estava flutuando junto a eles, abaixo dela seu corpo humano. Ao vira-se para o espelho do seu armário ela se deparou com o que no fundo ja sabia mas sua forma humana já havia esquecido. 

Ela era pura luz cintilante, não havia matéria existente, brilhava em cores jamais vistas nesse mundo e quando se virou e volta para as duas figuras tudo fez sentido. A dor havia sumido. Estava em casa. Porém não por muito tempo, as duas figuras estava ali como mensageiros , e a mensagem entregue mudaria totalmente a vida de Amelía, sua família, amigos. Do mundo Inteiro.

- Você é a próxima minha filha - falou a figura indígena. - Vamos tentar ensina-los mais uma vez e dessa vez pela última vez.

- Ensina-los? Quem? - Perguntou Amelía.



AmelíaWhere stories live. Discover now