2 de Setembro de 2018
Malia
— Vamos Malia! Não podemos nos atrasar! — Grita Isaac, indo em direção a porta.
— Já tô indo criatura! — Afirmo pegando minhas coisas.
— Nós não temos o dia todo!
— Essa pressa é ansiedade? — Pergunto assim que os nós dois já estamos fora do apartamento.
— Obvio, é o primeiro dia de aula! — Exclama com entusiasmo.
Eu amo esse garoto!
Espera... QUE?
***
— Ei! Sou o Isaac! — Se apresenta para a veterana ao meu lado.
— Sou Eleanor!
Não gostei do sorriso exagerado, mas não tenho direito a isso.
— Quer o que, Lahey? — pergunto.
— Só queria te avisar que vou na Davina depois da aula. Então não vou poder te dar carona — Explica.
Eu deveria ficar surpresa?
— Já imaginava. Eu dou um jeito de ir pra casa.
— Só toma cuidado — Pede olhando nos meus olhos.
Ele deve saber o quanto os olhos dele me afetam e usa isso contra mim.
— Eu sei me defender! — Afirmo indignada —Tchau! — me despeço puxando Eleanor em direção ao banheiro.
— É impressão minha ou rola um clima entre vocês? — Pergunta a garota.
Não me ilude!
— Impressão sua! — Responde.
***
Isaac
Por que diabos eu não consigo tirar a Malia da cabeça nem quando eu estou com a Davina? Ela me chamou pra assistir filme na casa dela, e eu ja recusei três vezes as investidas dela porque to com medo de acabar chamando ela de Malia.
— Isaac? — chma enquanto puxa delicadamente meu rosto para ela.
— Oi
— Eu estava pensando e acho que a gente deveria morar juntos — sorri para mim.
Como é que é? Morar juntos? Já?
— O que? Por que? —me endireito no sofá.
— Ah Isaac, a gente ja está juntos a quase cinco meses. E eu tenho certeza que a Malia gostaria de ter mais privacidade. Já parou pra pensar que talvez ela não leve ninguém em casa porque você tem o sono muito leve?
Não, obviamente não. Ela não leva porque não existe ninguém que ela queira levar. Ou tem? Ela é gata e solteira. E se ela ta tentando seguir em frente?
— Tenho certeza que não é por isso. Você não acha que tá muito cedo para morarmos juntos?
Eu preciso tirar da minha cabeça a imagem da Malia flertando com outra pessoa.
— Eu não acho. Sabe por que? — olho para Davina — Por que eu te amo!
Puta merda! Ela disse! Ela disse as três palavras! Eu não posso responder! Se eu falar vai ser mentira.
— Davina... Olha... Eu sinto muito... E-eu — Davina me olha decepcionada e era o que eu precisava para perceber o quão babaca estou sendo.
Eu não consigo amar a Davina porque eu amo a Malia. Eu deixei a Malia acreditar que não era boa o sufuciente para mim. Eu enganei a Davina. Eu preciso concertar isso.
— Davina, olha para mim — ela o faz — Eu sei que você esperava uma resposta diferente, mas eu não amo você. Eu acreditava que podia fazer nosso relacionamento dar certo. Mas eu não posso. E não é justo com você eu continuar fingindo que posso. Eu sou extremamente grato por cada momento que passamos juntos, mas você merece alguém melhor!
— É a Malia, não é? É ela quem você ama, né? — pergunta com os olhos marejados.
— É, eu sinto muito. Me desculpa por ter sido tão egoísta!
— Tudo bem. Eu soube no dia em que conheci a casa de vocês que eu não tinha chances. Foi bom enquanto durou — sorri triste.
— Você Davina Claire é uma mulher maravilhosa, uma pessíma jogadora de palavras cruzadas e a melhor pessoa por quem alguém poderia se apaixonar. Infelizmente não sou essa pessoa. Mas eu realmente espero que você encontre alguém que te ame como você merece. Obrigada por tudo — Davina vai contra todas as minhas expectativas e me abraça.
— Obrigada por isso! Era o que eu precisava para perceber que estava procurando em Paris o que eu ja tenho em New Orleans!
Por essa eu realmente não esperava.
***
Malia
— A Davina falou que me ama! — Exclama Isaac abrindo a porta.
— Que bom! — Afirmo me escorando na bancada da cozinha.
— Eu terminei com ela!
Ele o quê?
— Você o quê! — Grito assustada.
— Terminei com ela! — Afirma novamente.
— Por quê?
— Porque eu não amo ela — Explica
Desde quando?
— E não ama por quê?
— Porque é impossível eu amar ela amando você! — Exclama.
Sabe quando você é criança e descobre que o papai noel não existe e fica extremamente chocada? Multiplica esse choque por dez e talvez você chege no estado em que eu estou agora.
— Como? — Pergunto com os olhos arregalados.
— Você me ouviu!
Eu acho que preciso ouvir de novo pra ter certeza.
— Você... Tá apaixonado por mim? — Pergunto.
— Sim. E eu sei que você ainda tá confusa, mas eu não podia continuar fingindo que não estou. Eu gosto de você, e sei que mesmo que você perceba que ainda ama o Stiles, vai valer a pena tentar.
Maldito garoto teimoso!
— Isaac... Eu não quero te magoar — Explico.
Eu não quero machucar uma pessoa tão incrível quanto o Isaac.
— Eu sei, e sou grato por isso. Mas a nossa vida é complicada demais para não nos arriscarmos. A qualquer momento pode aparecer alguém tentando nos matar, e eu não quero me arrepender de não ter tentado — se aproxima.
Okay, isso pode dar certo.
— Tem certeza? — O garoto concorda — Então me beija, Lahey! — Peço.
E quando Isaac faz isso eu finalmente percebo que essa é a escolha certa. Eu finalmente encontrei alguém capaz de me fazer seguir em frente sem medo das consequências. Porque, fazendo uma referência a Greys Anatomy, estar com Isaac Lahey é como um sopro de ar fresco que me impede de afogar em meio a culpa que eu carrego por minhas ações do passado. Sou incrivelmente grata a Cidade do Amor!
Fim

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City Of Love
RomanceParis não é uma cidade para se conhecer com pressa, em poucos dias, é para se curtir. É para se deixar levar pelo seu ritmo, que inevitavelmente inclui uma parada em um café, uma taça de vinho, um queijo delicioso, uma sobremesa indescritível e um m...