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24✨

O pôr do sol se aproxima, as aulas foram entediantes, mas legais, o tempo não passa e cansada estava.

Essa semana não vi muito Draco, Blasi, como Pansy o chama, disse que o garoto estava apreensivo com algo e que ele não queria contar.

A rolezeira com quem divido quarto nem para mais aqui! Se não está conversando com Theo na comunal, está na biblioteca paquerando alguém.

Neste momento estou deitada, sozinha no local, lendo um dos meus livros favoritos, Alice no País das Maravilhas, já o li várias vezes, mas sempre volto a lê-lo novamente.

Ouço uma batida na porta, permito a entrada de seja lá quem fosse e.., era Draco, parecia estar abatido, seus olhos claros, um pouco inchados e vermelhos, assim como seu nariz. Como o horário de aula já havia terminado, o mesmo vestia uma blusa verde e preta de lã (estava friozinho), o olho e ele começa:

D - Ocupada?

A - Nem um pouco, por?

D - Nada não, só queria companhia..

O garoto loiro direciona o olhar para o chão, enquanto ainda estava de pé na porta, a segurando. Me ajeito na cama ficando sentada com as pernas cruzadas e bato de leve na cama para ele se juntar a mim, que assim faz.

A - Quer me conta pq chorava? Se não quiser vou entender perfeitamente.

D - É meu pai... Ele não dá a mínima para a minha vida, a não ser para me controlar e satisfazer seus objetivos!

Malfoy agora estava deitado em minha cama olhando para o teto, enquanto desabafava tudo o que escondia nesses últimos meses.

D - Ele nunca pergunta o que eu quero, ou o que eu penso... Nunca me olhou com orgulho, nem mesmo com aprovação... Eu sou um inútil mesmo... Pq ele deveria ter orgulho de mim?

Sua pergunta foi feita assim que se sentou, e novamente visualizou o chão. Não conseguia vê-lo daquele jeito, seus olhos inundaram, mas nenhuma lágrima rolou pelo seu rosto pálido. Me sentei ao seu lado e o abracei, tão forte como se fosse o último.

A - Você não é inútil! Nunca foi e nunca será! Seu pai tem sim motivos para sentir orgulho da incrível pessoa que você é, se ele não vê isso, eu vejo!

Senti os braços do mesmo ao meu redor, me abraçava quase que com a mesma força que eu. Enterrou ele, seu rosto em meu corpo me fazendo sentir suas lágrimas quentes. O choro vinha acompanhado por soluços, rápidos e fortes, ficamos naquela posição por um tempo, até o mesmo se acalmar pelo menos.

D - Valeu pelo.. apoio...

A - Não tem de que. Afinal é o que os amigos fazem, não?

D - É, eu acho. O que estava fazendo antes de eu entrar?

A - Lendo, Alice no País das maravilhas. Já ouviu falar?

D - Já, gosto da história.

A - Sério?

D - Claro, é diferente e... maluca.

A - Muito maluca!

D - Cadê a Pansy?

A - Sei lá eu! Essa crazy some quase a noite inteira e quando aparece diz que estava se divertindo por aí.