TRINTA E UM

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Kara:

Part 01


Depois daquela conversa, minha mãe ficou muito cansada e a mesma acabou adormecendo. Seu rosto pálido e abatido era de se partir o coração.

Sai de seu aposento e encostei a porta. E me derramei em lágrimas abraçada ao corpo do meu pai. O choro compulsivo parecia que não teria fim. Tudo doía dentro de mim, e depois de finalmente me acalmar acabei indo para o quarto tomar um banho e descansar.

A água quente molhava o meu corpo, amenizando momentaneamente a dor. Depois de longos minutos ali embaixo, desligo o registro e me enrolo na toalha.

Entro no quarto e Luna dorme com os lábios entre abertos, a viagem à deixou muito cansada e acredito que ainda dormirá por algumas horas. Visto uma roupa que peguei dentro da mala antes de ir para o banho, e seco os meus fios loiros.

Olho para o celular tocando em cima da cômoda, só ai que me lembro que fiquei de ligar para a irlandesa assim que chegasse. Tem algumas ligações perdidas de uma hora atrás, e com certeza a morena deve estar preocupada com o meu sumiço, mas com razão.

- Oi, meu amor. -digo atendendo a chamada.

- Kara, você está bem. Luna ta bem?

- Calma, Lena, nós estamos bem.-solto uma risadinha sem muita vontade, ato que não passa desapercebido pela minha morena. Acabo contando a ela o que tem acontecido com a mamãe, e chorar de novo se torna impossível.

- Quer que vá até ai? Eu posso deixar Logan com o pai.

- Não precisa, amor. Apesar de tudo eu ficarei bem. - olho para Luna que se mexe na cama, seus olhinhos preguiçosos se abrem observando o lugar. -Luna acordou, vou lhe dar um banho e algo para ela comer.

- De um beijo na pequena por mim. Qualquer coisa me ligue amor, não importa o horário.

- Pode deixar, querida. Obrigado, eu amo você.

Depois da advogada dizer que me ama, demos tchau uma para a outra e encerramos a ligação. Dei banho e alimentei minha menina. Quando Luna viu o avô ficou toda animada, meu pai e eu explicamos que a avó esta doente, e que a mesma precisa de muito descanso e silêncio. Luna compreendeu, quando entrou no quarto de Elisa correu para abraçá-la. Minha menina ficou ali deitada ao lado da mais velha, enquanto eu e meu preparavamos um lanche.

- Pai.-chamo a atenção do mais velho que me ajuda com os sanduíches.

- Sim?

- O senhor sabe o que a mamãe tem para me contar de tão importante? - o homem nega com a cabeça.

Enquanto preparo os lanchinhos, minha cabeça borbulha de tantos pensamentos.

Será que minha mãe quer falar sobre Luna? afinal ela trabalhou no hospital que Lena deu a luz, e graças a ela eu consegui adotar facilmente a minha filha. Será que eu estava certa, que a minha mãe teria as respostas para as minhas perguntas? Sou tirada dos pensamentos com o meu pai me chamando.

- Vamos torcer pra ela comer. -diz o mais velho com a bandeja na mão - a sua alimentação não anda uma das melhores.

- O senhor não acha melhor procurar um outro médico, pra sei lá. -digo passando em sua frente.

- Passamos em três médicos, querida. E todos deram o mesmo diagnóstico.

Assinto abrindo a porta do quarto para Daniel passar com a bandeja. Luna tem a cabeça no ombro da avó, as mãos de minha mãe passam de vagar nos fios finos de Luna.

Destino | KarlenaOnde histórias criam vida. Descubra agora