8- O tempo está se esgotando

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Aline

Minha boca estava seca, tudo no meu corpo ainda doía, mas ia se aliviando aos poucos, me deixaram em uma sala imunda e vazia, sentada no chão, presa por correntes nos pés e nas mãos. Agora eu finalmente parei de chorar, por Thiago, e também por saber que agora, eu sou a única viva do grupo, tudo isso me deixou em um desespero colossal por horas, mas agora, eu preciso focar em sair daqui, e me manter viva pra honra-los

Força Aline, força!

De repente, a porta da sala se abre com um estrondo grande que faz as paredes tremerem de leve, o capanga daquela vaca, entra segurando Carol pelo braço, CAROL!!!

NÃO É POSSÍVEL!

- Tia Aline!!

Ele a arremeça para perto de mim, a menina cai gemendo de dor, isso me provoca muita raiva

- Ela é uma criança filho da puta!!

Ele sorri, sai e volta a trancar a porta, talvez...se esquecendo de acorrentar Carol??

- Tia Aline! - Ela me abraça forte, sem que eu possa retribuir, ambos chorando muito -

- Sua pirralhinha, como..o que você..??

- Ela me tirou do meu pai, tia!

Meu Deus...

- Então, o seu pai...

- A Cristina achou que podia matar ele, mas não pode não!

Então eles estão vivos, meu Deus, O AUGUSTO E O WILLIAM ESTÃO VIVOS!!! Há esperança...

- Claro que não pode, meu amor...ninguém pode matar o seu pai. Ele vai tirar a gente daqui, acredita...

Ela sorri fraca, me abraçando mais uma vez...

Todas as informações recentes colidem na minha cabeça, me fazendo chorar ao sentir o toque frio daquelas mãozinhas

Augusto

Era difícil processar tanta informação, um ataque repentino, uma quase morte, e agora, uma..cunhada?! E o pior, Carol, minha pequena Carol foi levada por aquela maldita

William estava em silêncio profundo, assim como Gabriela. Enquanto meu marido andava de um lado para outro segurando sua arma, talvez pensando, ou apenas esperando, enquanto Gabriela estava simplesmente parada, encostada na porta do banheiro, brincando com seu canivete

- Então...esse é o Augusto - Ela disse de repente -

- Cala a boca! - William ordenou -

Escolhi não me meter na treta desses dois. Ainda.

- Ele é um doce né? - Ela me perguntou  -

- Ficaria surpresa... - Respondi com um sorriso amarelo -

Olhei para Rafael, aquele completo estranho sentado na cama, o cara mais emburrado que já vi

- Tudo bem? - Perguntei para ele -

O cara direcionou os olhos pra mim como quem está prestes a te matar

- Esse aí é só um guarda-costas, ele não é de falar muito - Disse Gabriela - Né caladão?

O silêncio naquele quarto era matador, meu coração estava pesado, e eu nem podia imaginar como meu William se sentia, eu só sei que precisava fazer alguma coisa por ele

- Will.. - Me levantei, indo na direção dele - Will..

O parei pondo a mão em seu rosto, ele olhou pra mim, com as lágrimas rolando por suas maçãs, mas acredite, ele não estava triste, aquilo era raiva, o mais puro ódio sendo reprimido

Eu Odeio Te Amar: Nocaute Técnico (Livro Final)Onde histórias criam vida. Descubra agora