hate u

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─── Pérola volta aqui, por favor.

Essa foi a última frase que escutei antes de sair correndo,— não Noah, não irei voltar, sabe porque?  Porque eu te odeio, mas  acima de tudo, eu te amo e isso está me matando— fui em direção ao elevador, chegando lá percebo que a melhor opção seria a de optar pelas escadas de emergência, não querendo ficar um segundo sequer no mesmo local dessas pessoas.

Imersa nas lágrimas, tropeço algumas vezes nos degraus, depois de dez minutos descendo por cada degrau como se fossem um castigo, percebo que talvez fosse melhor voltar para opção do elevador ou se não, pelo meu estado, talvez eu só piorasse as coisas, chegando no térreo com hematomas. Sem muitos devaneios dou a volta no meu percurso, não iria demorar muito para eu chegar no elevador, já que nesses dez minutos eu tinha apenas descido um andar. Nunca pensei que a dor da traição fosse tão profunda, agora percebo que traição não é apenas quando o garoto que você está ficando beija outra menina, mas ela é diversas ações, uma pessoa pode ser traída por palavras, por juramentos, por atitudes, pelas  pessoas em que mais confiamos...

Encostada na parede fria do elevador, fico pensando sobre tudo o que me aconteceu nesse curto período de tempo, não quero ficar aqui com essas pessoas, todos mentiram para mim, todos.  Olho para o teto querendo uma saída, mas percebo que não vou encontra-la, minha mente volta pra o NU e assim lembro de que tenho uma passagem de voltar para o Brasil.  Não percebo quando o elevador se abre, meu transe acaba quando sinto o peso de alguém me olhando, meu coração doi, doi por tudo que descobri, não consigo encara-lo nos olhos, não consigo nem mesmo falar com ele, como foi capaz ?

─── Pérola - como uma súplica, pronuncia meu nome, sinto pena na sua voz e odeio essa sensação. Claro, claro que ele vai sentir pena de mim, fui a única tola de toda a situação, a raiva volta ao meu corpo, uma adrenalina louca e que me cega de tudo que está a minha volta.

─── Não.- empurrando-o, saindo de sua frente, a passos longos, não quero nem mesmo  falar.

─── Pérola volta aqui, por favor. - não sei quantas vezes repete essa mesma frase, não me importo, minha dor e fúria falam mais alto que qualquer coisa nesse momento, sinto dedos segurarem meu braço, quando já estou na saída do hotel ─── Pérola...

─── me larga, eu vou  gritar, por favor me solta - o empurro mais uma vez,  não querendo nem sentir seu toque.

─── Me escuta, uma única vez, por favor Pérola- com o rosto calmo, esperando apenas minha permissão, sua expressão muda em equações de milésimos com o que viera.

─── Não irei te escutar Noah, não, não e não. Cansei, entendi tudo o que se passa, sempre você foi bem claro não? Que ridículo, como eu fui ridícula Noah, você, vo-cê me usou.- sem forças de falar, minha única ação foi começar a bate-lo, bate-lo com toda a minha raiva, nunca senti essa dor absurda ─── Eu te odeio Noah

─── pérola, olha pra mim, nunca quis te ferir, eu sabia que isso não ia dar certo.

─── Não quero suas justificativas Noah, chega! Sempre foi assim não? Você acha que vou voltar pra você como cachorrinha, mas Noah, bom, isso não vai acontecer mais, sabe o por que ? Porque eu não tenho mais um pingo de admiração por você, te amava como fã, agora? Agora não mais, você usou meus sentimentos e um ídolo nunca faria isso.

─── Pérola, sei que o que eu fiz não foi certo, mais foi por um propósito bom, olha, você viveu tudo o que uma fã sonha em viver com seu ídolo.- naquele momento eu não tive controle sobre minhas ações, e a única coisa que eu consegui fazer foi dar um tapa na sua cara.- pérola

─── chega de pérola Noah! O que você falou foi  um absurdo ! Você quer se justificar com qualquer merda que sai da sua boca, se ponha no seu lugar, eu fui traída por um cara que eu estava apaixonada, você não se importou, nenhuma fã gostaria de ter seus sentimentos machucados dessa forma, tudo valeu a pena ? Tudo foi real? Me fala, olha pra mim e me responde Noah, tudo foi real?

─── e-eu, tudo foi real pra mim Pérola, desculpas...

─── eu te falei que se você brincasse com meus sentimentos de novo, você não teria mais volta. Então não, não  te desculpo. 

Ok, como acontece em filmes, meu pensamento foi a de que o Noah iria me deixar ir embora sem delongas, nossa história acabou da pior maneira e isso é fato, mas a única coisa que eu escutei foram murmúrios e muitos chutes, idiota.

─── pérola, me acompanhe por favor.— ele é surdo? Eu já falei que não o quero comigo, Noah Urrea me acha uma tola literalmente, mais eu não sou, eu não sou uma tola Noah Urrea.

─── eu não vou. - respondi, ríspida.

─── Então...— me agarrando, o mesmo me joga por cima dos ombros, o que me fez comecar debater para que o mesmo me soltasse, o xingei de tantas coisas, ó céus.

Me solta. Me solta e me solta, seu idiota.

Chegamos no estacionamento, deixando rastros de pessoas olhando aquela cena ridícula, -minha raiva pelo Noah tinha aumentado uns 5 por cento a mais. Que bagunça - colocou-me no chão, o que me fez estremecer, logo o afastei de seu toque, tentei resistir mas Noah foi mais rápido, assim, segurando meu rosto com as duas mãos, não conseguia encara-lo, meu coração doia, por tudo, por toda mentira que vivemos, depois de um longo silêncio o mesmo prosseguiu.

─── Sei que está com ódio de mim e também sei que o eu fiz foi imperdoável, mais pérola eu te prometo, te prometo por toda a minha vida que essa é a última vez que tentarei me justificar, só apenas me escuta, sei que não quer, mas eu não vou desistir de você sabendo que eu não tentei de tudo pra  te ter de volta— ao ouvi sua voz e olhar em seus olhos, senti minhas mãos trêmulas, meus olhos marejados e meu coração doendo mais que qualquer coisa. ─── entra no carro por favor...

                                                  ...

O carro parou em frente à um apartamento, o que me fez duvidar do que o Noah queria, olhando minha confusão o mesmo falou.

─── Pérola quem está aqui é a Penni, ela poderá explicar tudo com clareza, por favor desça - quem é Penni?  Não irei descer.- Noah desceu do carro, porém viu que eu não tinha feito a mesma coisa, então prosseguiu, dando a volta no carro e abrindo a porta para eu descer. ─── só uma última vez Pérola.

Desci do carro, querendo que tudo acabasse logo, Noah adentrou o local, seguido por mim, falando com o recepcionista o mesmo indicou o quarto, por um momento quis dar a volta

─── confia em mim Pérola- vendo a duvida transparecer a minha face, o mesmo me pediu algo impossível.

─── Conseguir confiar em você, é a única coisa impossível no momento Noah Urrea.

Com uma expressão de dor, o mesmo assentiu e assim, prosseguiu para o destino.

Eu estava achando tudo um absurdo, aquilo já tinha me esgotado o máximo, não aguentando nem ao menso aceitar qualquer desculpas a mais.

───Penni é a minha segunda empresária.- me tirando dos meus pensamentos prosseguiua ─── a ideia foi dela, então, acho que ela seria a melhor pessoa pra tentar te explicar.

─── eu não preciso de explicações Noah, apenas gostaria da sua lealdade, mais você nunca a teve.- ficamos em silêncio por um grande período de tempo, olhando para a porta, até vermos a mesma ser aberta.

─── que infernos...- a dona do AP olhou-nos com a expressão pasma. Ela não acreditava no que havia a sua frente e mesmo assim, não temia, parecendo feliz com a nossa presença ───  De todas as visitas do mundo, eu nunca imaginei que fosse receber logo a dos dois pombinhos...

Você é mais que uma fã - NOAH URREAOnde histórias criam vida. Descubra agora