Miosótis

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"She's an unwelcome shudder on the worst of her days
And despite the bad moods, she won't go away
She's as stubborn as winter, and as kind as the sun
And she won't freeze, or burn anyone
And most days she drives me home out of her way."
~ Keaton Henson

Em dias frios como esses, costuma-se preparar uma bebida quente ou algo para lhe esquentar. E não seria diferente para Neji — que não satisfeito em ser um prodígio em combate, também em culinária — preparava sua especialidade: chocolate quente com chantilly e biscoitos.

As janelas da mansão tremeleavam, ringiam como dentes ao se deparar com o frio. A ventania chocalhava com fúria as fenestras do palacete, o assoalho enregelado açoitava os pés de quem o pisasse descalço. O dia estava mais do que frio, estava álgido.

Susanoo, parecia assustadoramente enfurecido com alguém, e descontava nos humanos com esse temporal. O Hyuuga castanho adorava esse tipo de estação, o outono sempre lhe pareceu mais aconchegante, porém para alguém menor e de madeixas violáceas, o período era assombroso. Neji, com muito aprendizado sobre os temores de sua prima, levava uma xícara do chocolate que fizera.

As folhas secas caiam com frequência pelos corredores, deixando um rastro avermelhado e agradável. O frio que ali fez moradia, zombava do vigor de qualquer um que afoitar-se desobedece-lo. As colunas de madeira estralavam com o toque tíbio do outono.

Hinata estava em sua cama, abrigada sob a colcha de peluche, tentando dormir enquanto a borrasca embatia as ventanas de seu quarto. Os agasalhos pendurados pelo quarto pareciam distantes, e seu corpo não obedecia na mínima tentativa. Mal ouviu as batidas à porta, quando uma figura materializou-se ao seu lado, tocando-a gentilmente em seus ombros gélidos.

— Hinata-sama. — chamou-a.

— Neji-niisan... ?! — a Hyuuga perguntava embriagada de sono.

— Sim, sou eu. Lhe fiz um chocolate quente, para te esquentar nesse dia àlgido.

— Muito obrigada! — a arroxeada soava agradecida.

A pequena sentou-se, pegou a xícara e abocanhou a bebida. Parecia mais do que satisfeita e feliz, os caprichos de seu primo sempre lhe faziam bem. Neji tinha a proeza de melhorar os dias de Hinata, quase como mágica. Neji tinha o poder de melhorar qualquer dia para a violácea.

— Você sempre melhora meus dias, Neji-niisan, talvez sejas minha fada madrinha. — Hinata comentava risonha.

— Eu diria que sou mais um príncipe encantando... — completou Neji, um pouco triste com a comparação desvalida.

— O que foi, te disse algo errado? — perguntou apreensiva.

— Não, está tudo bem. Não se preocupe e tente descansar. — disse o castanho, acariciando as madeixas da menor.

Neji afastou-se da prima, mas antes depositou um beijo demorado e afetuoso em sua testa. Esse, parecia incomodado com algo, mas preferiu sair do cômodo antes que explodisse. Para falar a verdade, Neji estava mais do que apaixonado por Hinata, estava amando. Por mais que já estivesse comprometido a ela, não lhe parecia certo, era apenas uma tradição besta da família e o castanho não queria estar comprometido através dessa maneira com sua prima. Neji queria que Hinata se casasse com ele por amor, sentindo o mesmo que ele sentia por ela, queria que a violácea o amasse da mesma forma: com desejo.

PeôniaOnde histórias criam vida. Descubra agora