No cativeiro,os sequestradores estavam nervosos,pois a prisão de Nenê baiano modificava os planos ,já que se ele abrisse o bico,seriam uma presa fácil para a policia,mas ao mesmo tempo,achavam que com o dinheiro do resgate nas mãos iriam longe. - Hoje a noite,nós vamos marcar o local onde deverá ser deixada a grana,depois... Pum!Pum!Fim do mocinho! - Tudo bem!Mas quem dará o tiro? -Largue de ser besta.Nós vamos amarrá-lo e jogá-lo na represa.Certo? Agora você toma conta do nosso tesouro que eu tenho que ir à cidade ver como estão as coisas e fazer um trabalhinho. - Vá lá seu trouxa.Imagine se dá uma zebra e o Nenê fala?Você está frito. - Ninguém me conhece.O caminho está limpo.Você é que está sujo,pois se alguém viu você dirigindo o carro naquele dia,não poderá entrar mais na cidade.Tchau burrão! Roger ouviu o barulho do carro do Alemão saindo e deduziu que só havia um guarda no local.Teria que colocar em funcionamento o seu plano. - Guarda! Ô seu guarda,por favor. Periquito,um dos apelidos do sequestrador,entrou no interior da sala escura,sem o lampião,para saber o que Roger queria,chamando-o. - O que é que você quer agora,cara? - Tem alguma coisa prendendo o meu pé. - Como assim? -Não sei.Ele está preso e eu acho que está sangrando.Por favor dê um jeito de tirá-lo daqui. -Estou sem lampião e não enxergo quase nada. - Fique tranquilo que eu lhe oriento. Realmente o apelido mostrava que Periquito tinha mesmo miolo de passarinho,pois assim que se aproximou de Roger,levou uma tremenda pancada que o nocauteou de imediato. A violência da pancada foi tanta,que quando recobrasse os sentidos,Periquito jamais voltaria a ser o mesmo homem. Roger arrastou o corpo do marginal próximo a seus pés e passou a revistá-lo.Sua alegria foi imensa quando encontrou em um dos bolsos,a chave da liberdade.Não teve pressa,procurou manter a calma,a tranquilidade e em poucos minutos se sentia livre das correntes que o mantinham no cativeiro ,feito um escravo.Estava livre.O importante agora,era tomar todo o cuidado ao deixar aquela casa,pois poderia haver mais gente ligada aos sequestradores pelas proximidades. Com determinação,muito esforço,atravessou o descampado e alcançou a pequena mata. A verdade era que Roger estava debilitado,próximo a uma desidratação,pois como os marginais tinham um objetivo somente o dinheiro,pouco interesse tiveram em alimentá-lo.Prosseguiu a sua caminhada por entre ás árvores ,ora a mata era fechada,espessa,ora mais aberta,com vegetação rasteira.Na realidade,tudo aquilo não passava de alguns alqueires de cerrado,estrategicamente preservados e Roger não demorou em encontrar uma fruta típica do local.Era um delicioso marolo cabeça de negro,suculento,pronto para ser devorado e foi o que aconteceu em minutos. Roger estava tendo sorte,pois além das frutas,encontrou uma pequena mina,onde saciou a sede que o atormentava. Somente agora,depois de passar todas as privações,o rapaz caía prostrado ao solo,e chorando agradecia a Deus por estar sendo tão bom para ele.Encostou-se em uma árvore e acabou adormecendo.
A aproximadamente 15 quilômetros do local onde se encontrava Roger,Alemão,na maior frieza,jogava o corpo de Carlos Laguna dentro da represa,após tê-lo baleado. - Missão cumprida!Um a menos para atrapalhar. Roger acordou assustado,havia dormido cerca de 2 horas.Tomou fôlego e continuou a sua caminhada.As horas passavam com rapidez e ele tinha que encontrar socorro,pois logo iria anoitecer e a sua fuga seria descoberta ,mas como o Grande Pai caminhava ao seu lado,logo ele saiu da mata e avistou um lavrador.Se tivesse forças,sairia correndo,mas se esforçou ao máximo em apressar os passos e logo se aproximou do homem que o observava curioso. - Boa tarde,meu senhor! - Tarde,moço.Cumé qui o ocê veio pará por aqui? - A minha história é longa e eu preciso que o senhor me ajude a chegar á cidade. - Ajudá,nois ajuda.Nunca fomo de negá favor prôs outro,mas primeiro ocê tem que se exprica. - Muito bem,eu explico tudo direitinho e depois conto com a sua ajuda.Certo? - Certo.Então vamos chegá até em casa que la a gene proseia mais sussegado. Roger acompanhou o lavrador até a sua residência,onde foi bem recebido pela esposa e filhos do mesmo. Eram pessoas simples,mas a casa era bem cuidada e as crianças asseadas. - Maria ocê coloca mais água no feijão qui hoje este moço vai cumê coma gente e depois eu vou leva ele até a cidade. A mulher olhou assustada para o marido. -Mais porque homê?De onde saiu este moço? - Saiu do mato,Maria.Ele é o rapaz que a radio falava que os bandido tinha levado de Santa Helena.Conseguiu dos danados. - Minha Nossa Senhora.E eles num machucaram ocê moço? - Eles bateram bastante,mas graças a Deus ,estou bem. - Falou com emoção agradecido por estar entre pessoas tão boas. - Vamu moço come esta comida enquanto vô me arrumá pra gente ir embora.São 25 quilômetros até ois chegá la e já tá ficando escuro. Desta vez Roger não perdeu tempo e se "atracou"com o prato e momento depois o deixava brilhando.Agradeceu pela atenção de D Maria,despediu-se das crianças e entrou no jeep. Em poucos minutos,ao olhar para trás,a casa do lavrador era apenas um ponto escuro no imenso verde das matas e plantações.
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Segredo Fatal
Mystery / ThrillerDe narrativa fácil e texto envolvente,este livro aborda alguns dos grandes problemas brasileiro e de um grande número de países:droga,sexo promíscuo e corrupção. Essa história se passa na cidade Santa Helena,fundada no século passado há...