Neurótico de Guerra - PAUSADA

• 05 •

SINISTRO

Existem vários motivos pra um moleque querer entrar na vida do crime mas o meu era só um, vingança.

flashback on
2 anos atrás...

Frente a frente com o cara que tinha assassinado o meu pai e porra eu não tava acreditando, eu tinha fracassado, eu não consegui matar aquele filha da puta!

Coronel - Não fui eu que matei o teu coroa e você já tá ciente disso tanto que não conseguiu destravar essa merda. - ele riu

Sinistro - Eu já não sei mais é de porra nenhuma - chutei o resto de beliche dentro da cela.

Coronel - Tu acha mermo que se eu matasse o pezão e sabendo que tu é filho dele eu ia deixar tu ficar aqui? - ele negou com a cabeça - Eu controlo a porra do morro daqui de dentro, eu já teria mandado te matar.

O filha da puta falava isso na maior tranquilidade e infelizmente eu tava sentindo verdade nesse bagulho todo.

Coronel - Você tá atrás do cara errado e eu só não mando te matar hoje porquê eu já sei da tua responsa.

flashback of

Quando vagabundo entra nessa vida, não tem jeito, tu só sai dela abaixo dos sete palmos e eu já estava ciente disso desde o dia em que eu decidi que ia matar cada um que armou contra o meu coroa. Ele não era nenhuma santo e isso aí eu só descobri anos depois mas não é nada que venha ao caso.

Avistei a mina saindo de dentro do barraco toda desconfiada olhando pra todos os lados e essa daí eu já sabia quem era.

O ser humano é um bicho muito desgraçado tá ligado, só pensa em si mesmo e eu não julgo. O mundo é dos espertos! E é por isso que eu preciso saber quem são as pessoas que eu vou usar e quem é que eu vou passar por cima porquê aqui o bagulho é desse jeito, se bobiar o trem passa por cima e se depender de mim, parceiro, passa de qualquer forma.

Tinha que ficar na minha pelo menos por um tempo até os menor pegar confiança em mim, não dava pra vacilar, não tem pra vacilação e mermo eu sendo um gato, só tenho uma vida. Uns crias daqui estavam cheios das desconfianças comigo, marcaram muito bem o meu rosto então de qualquer forma eu tô ligado que não importa o que eu faça eles vão armar uma pra mim qualquer hora.

E te falar, eu não ia deixar ninguém botar pedra no meu caminho e não ia ter um que ousasse fazer um bagulho desse porquê essa porra que eu vim fazer aqui vai muito mais além que qualquer outra situação.

...
flashback on

6 anos atrás...

O meu pai tava lá estirado no chão e eu não podia fazer nada, eu não podia fazer porra nenhuma além de ficar observando o filha da puta encapuzado se divertir com o meu pai agonizando.

As lágrimas desciam na porra do meu rosto e isso me dava mais raiva, um amontoado de sentimentos dentro de mim e eu tinha a necessidade de matar aquele filha da puta. Eu sabia que hoje não era esse dia mas a vontade que eu tava era foda...

O gerente segurava o meu braço com meu força tentando me conter e eu só conseguia sentir raiva, me sentindo incapaz de qualquer bagulho e porra, minha mente tava fudida.

flashback of

O meu mundo me ensinou à ser desse jeito, tiraram a única pessoa que importava pra mim, o único que cuidava de mim e hoje eu não tenho nada a perder! Tô disposto à qualquer bagulho e sem medo de perder a vida eu boto a cara em qualquer situação.

Renato, ou melhor, meu pai era um homem foda pra caralho. Pelo menos era essa a visão que eu tinha dele até descobri o que ele realmente fazia. Ele era segurança de banco mas além disso trabalhava pro comando dando informações sobre as principais agências da cidade porém graças à ele eu tinha conseguido um trampo lá dentro mas um dia houve um assalto e nesse dia tomaram tudo o que eu tinha. Tiraram a vida do meu pai, era a única pessoa que eu tinha no mundo. A mulher que devia me criar me abandonou no mundo assim que eu nasci e o coroa me criou no maior esforço, sempre dando o melhor dos exemplos tá ligado? Me ensinando o melhor dos caminhos mas a vida é injusta pra caralho, me fizeram entrar nesse caminho e daqui eu só saio morto, mas antes eu vou matar o homem que matou o meu pai.

Perigo - Fala tu, tá na atividade aí? - brotou na minha frente com a nave.

Sinistro - Tá tudo certo meu patrão, tudo da melhor forma - ele assentiu dando legal.

Meteu logo o pé, também não tava nem a fim de muito papo, ter que aguentar esse filha da puta sem poder mexer um dedo é foda. É cada provação que a vida te dá mas a vingança é um prato que se come frio e esse prato fi, eu quero repetir várias vezes.

Acendi o fino e dessa vez vi a outra subindo novamente e entrando no mesmo barraco que eu já tava ciente que era um terreiro, ela logo me olhou de cima à baixo e parece que gostou do que viu porquê a mina só desviou o olhar quando apareceu uma mulher na porta e eu também nem dei muita atenção e quando vi a chamada na tela do celular eu logo atendi quando vi quem era.

- Coé mano, dá o papo.

- Eai cuzão, vou te mandar os bagulho ai, jae? Mas cuidado com essa porra aí, tu apaga logo depois que tu ver tudo.

- Fica sussa, sei fazer meu trabalho.

- Ele confiou em tu e é por isso que eu te dei essa missão, apaga meu número aí do histórico de chamada.

- Jae, é nós, peida não - dei risada.