Capítulo Sete | Confissões apaixonadas

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Aparências: 
Ares - Kellan Lutz 
Hefesto - Isaiah Mustafa
Afrodite - Zoe Saldana

-◇-

Hefesto  passou horas trabalhando  na tentativa de ocupar sua mente, mas as palavras de Hebe continuavam a ecoar, eternizadas em sua memória. O ferreiro bateu com mais força na peça que concertava. Não importava que estava sofrendo com  aquelas palavras cruéis da irmã. Não mudava a realidade, Não mudava o fato de Ares estava sem memória, Ares não se aproximaria dele em uma situação normal. Hebe disse que Ares o amava, e daí? Talvez amasse agora, mas e depois quando a  memória dele voltasse? Não, ele não iria mergulhar nisso. Sabia exatamente o que acontecia depois. Seu coração mais destroçado do que já estava agora. E dramas dignos das novelas mortais pelo Olimpo, e as fofocas idiotas que ele não saberia como lidar. Resfriou a última peça é a largou numa mesa próxima. Olhou ao seu redor ele estava sozinho, todos já haviam ido embora, pois já havia anoitecido. Suspirou e se apoiou na mesa, encolheu os ombros. Talvez esse fosse o seu destino, viver sozinho para sempre.

_ Fê! _  Uma voz masculina ecoou pela forja. Hefesto se voltou para a entrada da forja e viu o irmão mais velho na entrada. De onde estava Ares não podia vê-lo. _ Fê, você está aí?

_  Estou aqui. _ Hefesto disse  entrando na visão de seu irmão.

_ Ah! Oi. _ Ares sorriu e Hefesto sentiu seu coração acelerar.

_ Oi. _ O ferreiro respondeu fazendo o máximo possível para se manter neutro. _ A que devo a honra de sua ilustre presença em minha humilde forja?

_ Para quê tantas palavras bonitas? Sou só eu. _  o castanho sorriu entrando na forja e fechando a porta atrás de si. _ Eu só quero conversar.  _ Hefesto quis arranjar uma desculpa qualquer para fazer Ares ir embora. Não queria conversar com ele. Não quando cada vez que olhava para aqueles olhos verdes seu coração parecia querer explodir, não quando se lembrava o tempo todo que todo aquele carinho jamais seria dirigido a si numa situação normal. _ Podemos dar uma volta? _ O ferreiro suspirou.

_ Pode ser.

_ Então vamos! _ Ares sorriu e tomou o  irmão pelo braço. _ Quero te levar num lugar.

Hefesto se segurou para não suspirar de novo. Esperava que nenhum desastre acontecesse, por que toda vez que Ares o levava a algum lugar ele tinha uma semana de pensamentos turbulentos e confusão psicológica. Mas não resistiu quando ele o segurou pelo braço, apenas se deixou ser arrastado para o lado de fora da forja onde ambos desaparecem em uma luz.

⏳Amnésia⌛

O lugar pra onde Ares o levou era um campo de flores. O tipo de lugar tão bonito que parecia ter sido plantado pela própria deusa Persefone. Pois tudo ali estava verde e florido como numa eterna primavera. A grama verde brilhava a luz da lua crescente que deixava tudo claro como se fosse dia, alguns pássaros e insetos noturnos voavam aqui e ali. E para completar o belo cenário,  flores azuis e lilases até onde a vista alcançava. Ares respirou profundamente aspirando o aroma das flores que chegava até eles.  Agapantos, Hefesto constatou que as flores eram agapantos, isso não poderia ser mais perfeito ou, na opinião do ferreiro, mais irônico. Agapantos são conhecidas como flores do amor.

Os dois se sentam na grama lado a lado.

_ Esse lugar é lindo. _ Hefesto disse.

_ Sim. _ Ares disse, e voltaram a ficar em silêncio.

Hefesto se permite deitar para observar o céu noturno estrelado, enquanto Ares permanece sentado com os olhos presos as flores. Os dois estavam em silêncio. Confortável para Hefesto, e um pouco tenso para Ares que planejava dizer agora o que sentia pelo irmão. Mas não sabia como exatamente faze-lo. Olhou para o ferreiro, ele estava com os olhos fechados e respirava tranquilo, quem não o conhecesse diria que ele estava dormindo. Os olhos do guerreiro percorrem cada centímetro do rosto do ferreiro, captando os mínimos detalhes daquele rosto másculo. Como a falha mínima na sobrancelha esquerda; as olheiras das noites insones, quase imperceptíveis na pele morena e os lábios rosados  entreabertos ajudando na respiração calma. Ares quis beijar aqueles lábios, quis saber o sabor que tem, e o deus da guerra não era o tipo de pessoa que negava qualquer coisa que desejasse a si mesmo.

Amnésia - Um conto HefaresOnde histórias criam vida. Descubra agora