Capítulo 4

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Boa leitura💙
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    Astória me levou até a ponta da mesa, me apresentando a sua única amiga, Lucy Montgomery, uma loira baixinha de olhos verdes claros e cabelos loiros longos e brilhantes. Ela era quatro anos mais nova que eu e estava no quarto ano, mas aparentemente não simpatizava com ninguém da mesma série, oque me deixou em alerta com os demais:

- Conhece alguém aqui? - questionou Astória puxando assunto em voz baixa enquanto uma tal de Umbridge discursava

- Apenas uns grifinórios que conheci no trem, ninguém além deles - digo dando de ombros

- Hm...são os gêmeos Weasley? - questionou Lucy, com a voz doce em tom baixo

- São, como sabe? - questionei tomando um gole de meu suco

- Um deles está olhando pra você - isso fez com que eu devolvesse o copo na mesa e o procurasse com o olhar, não foi difícil achá-lo

  Fixei meu olhar no dele de volta e sorri cordial o vendo piscar discretamente, senti meu olho direito dilatar e sabendo oque significava me foquei ainda mais em Fred, sentindo cada célula de meu corpo focar nele mesmo a distância:

"- Já vai? - olhei para o ruivo enquanto me agachava para pegar meu cropped

- Quer que eu durma com você Weasley? - questionei sorrindo irônica

- Não, mas achei que ainda nos divertiríamos mais - respirei fundo olhando para o teto, ele era mesmo ótimo no que fazia

- Quatro rounds são o suficiente Weasley, não quero que se apaixone - zombei vestindo o cropped e ajeitando o cabelo em seguida"

    Pisquei ainda meio atordoada, as vezes ver o futuro mais atrapalhava do que ajudava. Vi o olhar confuso de Fred e mordi o lábio inferior disfarçando o acontecido e tirei o guardanapo do colo:

- Com licença meninas, vejo vocês no dormitório - digo me levantando

- Você sabe o caminho? - perguntou Astória preocupada

- Não vou me perder, fique tranquila - aceno para Lucy e saio do salão

    Vaguei pelos corredores sem muito oque fazer, estava apenas pensando em como sobreviveria naquela lugarzinho péssimo. Eu precisava usar minha varinha aqui, e aquilo era mais inútil do que a existência de Pulguento

O pensamento me fez travar. Fazia tempo que eu sequer pensava em Pulguento. Eu o conheci quando ainda era pequena, quando eu ainda morava com meu pai em Azkabant. Era um homem simpático e sonhador, me contava histórias incríveis sobre suas aventuras aqui em Hogwarts e seu grupo de amigos...me ensinou tudo que eu sei sobre amor e amizade

Quando fiz cinco anos, me mudei para o Castelo, onde conheci Marko e Andrian, (seus pais já haviam se mudado para Bulgária na época, eles sequer mandam cartas desde então) mas mesmo assim voltava todos os dias para ver meu pai, e sempre visitava Pulguento pela noite

Um tempo depois, conheci tia Rosier, que falava sobre Voldemort e tinha uma adoração louca por magia das trevas...ela me ensinou tudo sobre luta e duelos, e com os ensinamentos de meu pai me tornei inigualável. Era um bom tempo, mas coisas mudaram quando fiz seis anos

Fui mandada para Durmstrang, ainda era muito jovem e uma garota, mas aparentemente isso não era um problema já que eu sou quem sou claro, Marko e Andrian foram junto para "minha proteção" oque não foi necessário já que todos lá me adoraram. Mesmo assim, após as aulas eu ia para meu dormitório e visitava meu pai, Pulguento, e Tia Rosier pela manhã, já que a maioria das aulas se arrastavam até a madrugada

Quando fiz quinze anos, não vi mais Pulguento. Ele simplesmente me abandonou. Sua cela estava vazia, ele havia fugido. Não havia me dito para onde iria, ou onde eu poderia encontrá-lo, simplesmente me abandonou sem mais ou menos. Foi nesse momento que percebi que o amor do qual ele tanto falava era simplesmente uma lenda, histórias que ele contava para uma criança se iludir com uma sensação que nunca iria sentir pelo simples fato de não existir

Eu o odiava. O odiava ainda mais quando não conseguia odiá-lo e percebia que oque ele causou em mim foi simplesmente uma mágoa enorme. Pensar em Pulguento me deixava mal humorada, e quando eu ficava mal humorada eu tinha vontade de-:

- Hey...- me virei vendo Fred se aproximando confiante, um sorriso suave em seus lábios - quer dizer que não gosta da Grifinória?

- Tudo contra, nada a favor - digo indiferente o ouvindo rir - o que?

- Sua sinceridade é espetacular - cruzei os braços

- Eu sou espetacular - ele finalmente parou a minha frente

- Você é convencida

- Você é chato

- É um dom - revirei os olhos e o ouvi rir - eu vim só agradecer por mais cedo...você sabe, no trem

- Não foi nada - desprezei com um aceno de mão simples

- Pra mim foi...- ele pareceu deslocado por alguns instantes, passando a mão de leve pela própria nuca - não é muito comum sonserinos sangues-puros defenderem traidores de sangue - dei de ombros

- No final, independentemente de pureza, todos temos magia no sangue, isso nos faz iguais - libertei uma de minhas mãos e joguei meu cabelo por cima de meu ombro, voltando a cruzar os braços - temos que nos unir, não matar uns aos outros - ele pareceu impressionado

Sua postura pareceu relaxar, e ele sorriu pra mim

- Concordo...acho que vamos nos dar bem - ele colocou as mãos nos bolsos distraído - vejo você por aí?

- Claro, estamos na mesma escola - rebati num tom óbvio que o fez rir enquanto andava de costas para mim

- Boa noite Madelaine - me virei, voltando a fazer meu caminho para qualquer lugar

- Boa noite Weasley.
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𝑇ℎ𝑒 𝐺𝑟𝑖𝑛𝑑𝑒𝑙𝑤𝑎𝑙𝑑 𝐺𝑖𝑟𝑙Onde histórias criam vida. Descubra agora