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Sakusa limpou meus ferimentos, em seus olhos consegui ver que o mesmo estava cabisbaixo, a profundidade dos cortes havia o deixado preocupado, porém tentava se manter calmo, para me proporcionar confiança.

Após terminar de fazer novos curativos fui a procura de Kageyama, pela primeira vez o mesmo havia deixado transparecer seus sentimentos, isso me deixou um tanto quanto preocupada e triste, por ter descepcionado o mesmo.

Assim como eu, Kageyama tinha uma sala que sempre frequentava para dormir ou se esconder para não socar a cara de alguém quando está nervoso. Fui até a sala, a mesma ficava no terceiro andar da faculdade, fui andando pelos corredores atentamente, para que nenhuma das monitores me descubra, ao chegar na frente da sala respirei fundo, adentrando o local silenciosamente.

Kageyama estava sentado em um dando da sala, abraçado com seus joelhos o moreno estava com o rosto escondido entre seus braços.

Me espantei ao ouvir o moreno suspirar pesadamente, sendo possível tirar a conclusão que o mesmo estava chorando. Neste momento senti um enorme aperto no peito, eu havia causado dor e sofrimento tanto para meus amigos quanto para o meu irmão, estava me sentindo a pior pessoa do mundo.

Talvez eu nunca mais me esqueça desse dia, dor, sofrimento, desgosto, entre outros segmentos que eu havia feito todos ao meu redor sentirem.

Me aproximei de Kageyama, me ajoelhado em frente ao moreno, colocando minhas mãos sobre os ombros do mesmo, os acariciei.

-- Perdão... Eu realmente sinto muito, não queria lhe deixar triste muito menos preocupado comigo, porém foi em vão, espero que me perdoe, mesmo achando que isso não será fácil de ocorrer, já que você guarda tudo para si...-- disse apoiando minha cabeça sobre os braços do garoto, continuando meu carinho sobre o mesmo.

Kageyama respirou fundo, tentando buscar forças e paciência para me responder.

O garoto levantou o rosto vagarosamente, ao perceber as lágrimas escorrer, eu as sequei, acariciando o rosto pálido de Kageyama.

-- Em que você estava pensando no momento em que se cortou?.-- Kageyama sussurrou.

-- Eu... pensava no meu pai, em todos os problemas que já passei e que ando passando. No momento em que me cortei eu apenas pensava em meu livramento, queria esquecer do passado, queria resolver meus problemas com a perda de minha vida...-- Eu desabafei tudo o que estava me sufocando.

Kageyama parecia pensativo, o moreno estava tentando digerir todas as minhas palavras, pude perceber a confusão que o mesmo transmitia.

-- Eu te entendo...-- O mesmo suspirou-- Você já passou por muitas coisas e continua passando por muitos problemas, admiro sua força e dedicação, obrigado por ter me contado seus sentimentos, prometo tentar te entender melhor e prestar apoio.-- Kageyama olhou nos fundos dos meus olhos.

-- Eu que devo agradecer, obrigada por me ouvir e tentar me entender, desculpa novamente por ter te deixado preocupado...-- passei meus dedos sobre os fios negros de Kageyama, os bagunçando levemente.

-- Saiba que te amo pequena...-- Kageyama sussurrou, me abraçando firmemente.

Fiquei sem reação por um segundo, ficando surpresa com a situação, mas logo retribui o abraço, tão apertado quanto o de Kageyama.

-- Também te amo poste ambulante...-- Sussurrei para o garoto.

Ficamos por alguns minutos nesta posição, apenas tentando nos acalmar e esquecer um pouco dos problemas.

Saímos da sala cautelosamente, confirmando que nenhuma monitora nos pegaria no flagra de nossa fuga. Descemos até o segundo andar da faculdade, adentrando nossa sala silenciosamente, enquanto o professor escrevia algo no quadro negro.

𝖄𝖔𝖚 𝕲𝖎𝖛𝖊 𝖒𝖊 𝖜𝖎𝖓𝖌𝖘- {𝕭𝖔𝖐𝖚𝖙𝖔 𝖝 𝕷𝖊𝖎𝖙𝖔𝖗𝖆}Onde histórias criam vida. Descubra agora