Capítulo 1

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~° Sábado - Hospital Dra. Fernanda Guerra °~

"Vovó!" Exclamei ao vê-la deitada na maca "Que bom que a senhora está melhorando" Falei dando um abraço nela.
"Oh minha neta, sim, estou melhorando, Graças a Deus" Ela falou sorrindo com a voz rouca de sempre.
"Vamos vovó, iremos fazer um passeio pelo jardim do hospital, a senhora tem que sair dessa sala minúscula" Falei entediada pelo fato de apenas pensar em ficar 3 meses dentro daquela sala minúscula.
Ajudei ela a se sentar na cadeira de rodas, e fui passeando pelos corredores do grande hospital, ele era enorme, várias enfermeiras iam e vinham pelos corredores, havíamos nos sentado em um banco no jardim do hospital, ele era lindo, com  árvores e notei que havia um grupo de crianças, notei também que havia um jovem lá, continuei observando de longe.
"Vá lá minha filha" Ouvi minha vó dizer ao notar oque eu estava observando
"Não vó, eu vim aqui para ajudar a senhora" Falei desviando o olhar do jovem que estava agora fazendo uma brincadeira de roda com as crianças
" Olha, a enfermeira irá me fazer companhia, eu acho melhor lhe observar de longe" Ela disse fazendo um sinal com as mãos para eu ir, após chamar a enfermeira, sorri para ela, mesmo após 63 anos ela ainda era a mesma, poderia até ter idade avançada ,mas a alma ainda era jovem.
"Se comporte vovó" Falei dando um beijo na bochecha dela, seguindo em direção às crianças, sempre gostei de crianças, ama a pureza que elas transmitem, mas um par de olhos sorridentes me encaravam em quanto eu ia em direção delas.
" Oi florzinha" Falei me abaixando para falar com uma garotinha

"Oi moça" Ela falou com um sorriso banguela "Sou a Lady Lilly" Ela disse arrumando uma flor nos cachos dourados.

"Prazer Lilly, me chamo Annabel mas a florzinha pode me chamar de Anna, nossa que sorriso lindo, ah espera! Esta faltando um dentinho!!" Falei colocando as mãos na cintura
"A senhorita notou!!" Ela exclamou dando risada, ela realmente passava uma sensação boa
"Ei Mago Symon, fala pro Cavaleiro me dar outro balão, o meu voou" Ela disse ao ver um garotinho, um pouco mais alto perto dela, pelo visto eram amigos, o garoto concedeu o pedido dela, e em poucos passos depois ele puxou de leve a blusa do jovem, que estava com um livro infantil nas mãos
"Cavaleiro Théo, o balão da Lady Lilly voou, ela está pedindo outro, por favor" Ele disse para o jovem, o jovem então assentiu ao pedido do garotinho e veio em direção da pequena Lilly e eu
"Lady Lilly, é um prazer revê-la" Ele falou com os braços abertos e em seguida se abaixou para ela, ficando de joelhos ao meu lado

"Um passarinho azul me contou que o seu balão voou, é verdade?" Ele perguntou

Ela fez que 'sim' com a cabeça, em seguida ele foi em direção à árvore que estava perto de nós e pegou uma pedra que tinha balões amarrados, pegou um, e deu ele para Lilly , que abriu mais uma vez um sorriso banguelo, agradeceu e saiu correndo atrás das outras crianças

" Você é nova aqui no hospital não é?" Ele disse ao se virar para mim

"Ah sim, prazer eu sou a Anna" Falei sorrindo

"O prazer é inteiramente meu Princesa Anna" Ele disse dando uma reverência como se eu fosse realmente uma princesa, o que me fez dar risada

" E você senhor cavaleiro? Quem és tu?" Falei entrando na brincadeira dele

"Sou o Cavaleiro Théo, milady" Ele respondeu ainda cumprindo a reverência

"Já pode se levantar Cavaleiro Théo" Falei dando risada

"Para quê toda essa brincadeira de Cavaleiro, Lady, Mago, e Donzela?" Perguntei curiosa

"As crianças adoram! E naquela época os garotos eram mais gentis, quero ensinar essas crianças a ser pessoas boas, aprenderem a beleza da vida, serem adultos melhores, e quando lembrarem da infância terem uma memória feliz e pura" Ele disse me olhando com olhos sonhadores

"Amei seu gesto, muito bonito ver que em pleno século XXI ainda existe pessoas que lutam pelo bem da inocência das crianças" Falei admirada, ele sorriu

"Além do mais, eu passeava pelo hospital, e via as crianças tristes, desanimadas, me partia o coração, afinal, estão no hospital pois tem algum tipo de problema de saúde infelismente. Queria trazer de volta essa alegria, trazer uma esperança" Ele disse olhando para as crianças que corriam e pulavam com os balões

"E está fazendo um ótimo papel, as crianças estão adorando, parabéns" Falei olhando para ele

"Cavaleiro Théo, e a historinha?" Perguntou uma criança pulando empolgada ao lado dele

"Sim, vamos começar agora! Atenção, todos do reino dirijam-se para a roda" Ele disse indo ao centro das crianças, que imediatamente fizeram uma grande roda. Que bom que elas estavam felizes novamente, a infância é uma fase de brincadeira, e não de telas de celulares ou tablets, é da infância que a metade da nossa mente desfruta e relembra das memórias boas dessa época, enquanto começa a vida mais a frente...

Cartas Para VocêOnde histórias criam vida. Descubra agora