02. | Colisão.

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Todas as minhas perguntas foram
respostas aos meus pecados
Todos os meus finais estão esperando
para começar

Slipknot - CIRCLE

Nós sempre sentíamos quando algo estava errado

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Nós sempre sentíamos quando algo estava errado.

Era como um instinto natural do ser humano. Uma luz vermelha neon piscando nas nossas mentes em um tipo de alerta silencioso para fazer-nos notar o que havia de errado.

Tudo parecia estar correto aos meus olhos e eu poderia me ignorar e seguir em frente, mas algo me incomodava e tirava toda a minha concentração de forma tortuosa.

A folha de ofício posta sobre a minha bancada, pronta para ser respondida, mas a única coisa que eu conseguia pensar era:

Faz um dia e catorze horas que Jack viajou para a Califórnia.

Ele deveria ter voltado hoje de madrugada, as quatro da manhã com o bastardo ou sem, mas ele não voltou e muito menos ligou para noticiar algo.

Terminei descobrindo que o nome do bastardo de merda é Hayden, por alguma sacanagem da vida ou por algum motivo desconhecido meu pai deixou um post-it preso na porta da geladeira. Então, imagine minha satisfação em descobrir o nome da pessoa que eu já odiava sem ao menos conhecer logo de manhã, as plenas 06:30.

Minha cabeça latejou e fiz uma careta ao encolher o nariz.

— Halley, preste atenção na sua prova. — Ergui o olhar para Emma e inalei o ar devagar enquanto desviava da sua figura parada no meio da sala.

Meus ombros estavam tensos, minha respiração escassa e uma sensação ruim se acumulava no fundo do meu peito.

— Halley, tá tudo bem? — A voz suave e baixa de Raven chegou aos meus tímpanos e virei o rosto minimamente para a olhar por cima do meu ombro.

Sorri pequeno.

— Sim, está. — Menti. Não estava nada bem, eu confiava nos meus pressentimentos e eles gritavam que havia algo de errado.

— Halley, vá beber uma água. — Emma aconselhou, soando imperativa.

Eu suspirei fundo e me levantei da cadeira, decidida a ignora-la segui meu caminho reto para a porta, mas ao passar por ela e ser rodeada por um aroma adocicado demais para as minhas narinas, fui aprisionada por sua voz impaciente e fria.

— Não demore.

Eu concordei com um aceno sutil de cabeça e me retirei rápido da sala que me sufocava junto as meus pensamentos. Andei pelo corredor com pressa, meus coturnos emitiam um som grosso contra o piso encerado. Os corredores me davam frio.

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