Outubro; dia 10.
Casa dos Bobby Brown."Bom dia, Filha. Espero que não tenha acordado tão cedo para madrugar na escola. Eu e seu pai precisamos resolver algumas coisas de última hora e não quisemos te acordar. Está vendo em cima da mesa? Seu favorito. Te amamos. Beijos de mirtilo." ~ mamãe&papai
Monotonia é algo comum em boa parte da vida da população do mundo. Mas como quase tudo nesta - e talvez em outras - vida(s), divide opiniões. Para alguns, monotonia é sinônimo de sossego, disciplina, rotina e faz parte de um cronograma diário. Millie era desse jeito, era como uma bolha na qual ela mesma criou. Um mecanismo de defesa, talvez. Ela não se incomodava em ter todos os seus dias como um roteiro previamente bem escrito, não havia nada de errado, ruim, ou estanho para a garota, o que realmente seria ruim - talvez -, seria sair dessa sua zona de conforto, que - quem sabe - a mentia bem.
Outubro; dia 10.
Casa dos Wolfhard.— Bom dia, querido! — disse com seu sorriso de sempre no rosto, enquanto ainda preparava o café da manhã. Dormiu bem?
— Bom dia, Win. — respondeu simples. — É. Tipo isso. Meu pai ou minha mãe apareceram ou aparecerão essa semana?
— Eles não disseram nada, querido. Sinto muito. — disse secando suas mãos em seu avental vendo a decepção no olhar do garoto.
— Não sinta. A culpa não é sua. — disse.
— Fiz seu favorito. Doce de frutas vermelhas. — disse simpática. — Se você não contar a ninguém, deixo você comer só ele no café de hoje. — falou em um cochicho e roubou um sorriso de canto - porém sincero -, do cacheado.
— Obrigada, Win. Estou sem fome. — disse sem querer parecer grosso, e saiu da cozinha.
Para outros, monotonia é quase estar sufocado, fazer as mesmas coisas diariamente é tedioso e enlouquecedor. O roteiro de vida de Finn - se é que ele tem um -, é totalmente rabiscado, com falhas em todas as partes e... incompleto na maioria delas, digamos assim. Os pais de Finn, nunca foram presentes, praticamente o garoto fora criado pela cozinheira e o motorista da casa, Winona e David. E, desde que o cacheado se entende por gente, a única monotonia em sua vida é o fato de seus pais - quase - nunca estarem em casa. Finn sempre foi um garoto mimado, como belo único filho dos Wolfhard, sempre teve tudo que quis e tudo que desejou. Independente de quaisquer "e se", o garoto sempre teve tudo para ter a vida mais feliz possível. Mas, já ouviu alguém dizer "dinheiro não traz felicidade"? Bom, enquanto Finn gasta, ele não está tão infeliz assim, mas, realmente, dinheiro não traz felicidade, não felicidade eterna. Não é algo que ele possa ver em uma vitrine e usar um dos vários cheques em brancos que seus pais lhe mandam. É algo mais complexo que isso. Desde que Finn era pequeno, e Winona o pegava chorando com saudade de seus pais, ele questionava onde a felicidade ficava escondida, seja lá onde fosse, ele pegaria o primeiro voo até ela, Winona se sentia mal todas as vezes que o ouvia dizer isso, talvez o menininho, mesmo tão jovem, sentisse um tanto de inveja da felicidade que a mais velha - parecia - já ter encontrado. Winona, singela e simples, sempre lhe respondia que ele encontraria felicidade, quando finalmente encontrasse seu lar. Essa frase carregava uma diversidade de significados, ocultos e não tão ocultos assim. Finn buscava desvenda-los - sem que ainda Winona soubesse - cada um deles.
Outubro; dia 10.
Colégio East High School.Você acha que as coisas acontecem por um acaso? Por coincidência? Ou estão previamente destinadas a acontecer? Porque, no fim das contas, tudo está ligado. Infelizmente não temos a resposta, diferentes pessoas acreditam em diferentes teorias sobre. Mas, isso não era realmente algo que fazia parte dos pensamentos dos meninos que conversavam, já no fim das aulas do dia, enquanto caminhavam para a quadra.
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The Bet
Ficção Adolescente7 meses antes do baile de inverno a garota que era invisível e zoada por todos é vista por alguns "colegas" em um dos corredores da East High School. Eles apostaram. E talvez isso beneficiaria a todos. Certo?