⩩ : 𝙤𝙣𝙚 , αntǝ prαndıꭎm

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A luxúria no ar é quase palpável.

Os adornos usados na decoração do grande salão de festas deixam o local muito mais sofisticado do que um dia Amelie se lembra de ter visto.

Seus olhos percorrem a extensão do palacete à medida que a mão áspera e pesada de seu marido se enrosca ao fim de sua coluna esguia, coberta pelo tecido fino e caro do vestido de seda. Seu sorriso, mesmo que forçado, nunca deixa seu rosto, assim como os olhos azuis cintilantes que transmitem uma falsa admiração e interesse nas conversas fúteis dos outros mercadores presentes.

Christian Yomozuki. Esse era o nome do marido de Amelie.

A mulher, considerada uma das mais belas de Wall Sina, era filha de um importante nobre que fazia parte da cúpula de conselheiros do rei. Como primogênita da família, Amelie teve que assumir a responsabilidade de dar continuidade a sua linhagem, sendo obrigada a se casar com o representante e chefe dos mercadores das Muralhas com apenas 18 anos. Um casamento arranjado, que foi aceito de prontidão pela, na época, garota.

Amelie sempre fora ensinada que seu dever no mundo era servir ao marido, procriar e calar-se perante sua presença. Sua figura materna a ensinou tudo que havia para saber sobre como ser uma boa esposa e seu pai nunca permitiu que a mesma participasse ativamente dos negócios, sendo raras as vezes que ele escutava seus conselhos, apesar de desde cedo a mulher mostrar um olhar afiado para finanças e acordos.

Entretanto, a cultura machista e sexista em que fora criada jamais permitiria que seus talentos fossem levados a sério sem que todos ao redor duvidassem que teria sido a mesma a pensar em algo tão promissor para uma mulher. Por isso, já nova, deixou o leito em que nasceu e o conforto do que ousava chamar de lar para pôr em prática os ensinamentos que sua mãe passou para si durante toda a sua vida.

Ela pensou que fosse algo fácil, porém, casar-se com um homem tão desprezível quanto Christian sugou toda a sua vitalidade, alegria e pureza; características as quais ela sempre se orgulhou de carregar. Desde que atravessou as portas altas e pesadas da mansão que iria morar com o marido, Amelie sequer se lembra de ter sorrido verdadeiramente alguma vez.

Tal fato se repete, assim como em todas as outras festas beneficentes em que Christian a levava para exibir a bela mulher aos outros, como um troféu. Quem imaginaria que, um dia, um homem tão inescrupuloso como aquele faria parte de uma das famílias nobres mais influentes da humanidade? Ninguém. Porém, agora, ele esbanjava o sobrenome da esposa como se fosse ele quem nascera na realeza.

Piada.

Com uma pausa entre as conversas, o salão é tomado por um burburinho de vozes desconexas que se alternavam em sons de curiosidade e admiração, o que significava que alguém importante havia chegado. Amelie se afastou milimetricamente do marido para que sua visão ficasse limpa e ela pudesse observar quem estava chamando a atenção das pessoas de tal maneira. Com isso, ela o viu.

𝐕𝐎𝐆𝐄𝐋𝐅𝐑𝐄𝐈 ៸ 𝗅𝖾𝗏𝗂 𝖺𝖼𝗄𝖾𝗋𝗆𝖺𝗇Onde histórias criam vida. Descubra agora