Enlouquecido? Só pode...

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Yixing acordou com uma dor de cabeça indescritível, seu corpo parecia pesar uma tonelada, sua cabeça latejava e até mesmo abrir os olhos parecia extremamente difícil.

Contudo se forçou a abrir os olhos porque algo parecia muito errado naquele momento, sua cama... Não era tão macia nem cheirava a perfume caro.

A primeira coisa que viu foi um véu pesado acima da sua cabeça ao invés de um teto. Depois foi que aquela cama luxuosa, ostensiva, de cores preto, vermelho e marrom, de pedestais, definitivamente jamais seria algum lugar onde um dia dormiria.

O medo foi tal que se sentou na cama bruscamente só para sentir pontadas assassinas em sua cabeça que lhe fez gemer alto.

— Não vou perguntar como se sente porque tenho certeza de que péssimo seria pouco para descrever, por isso evite fazer movimentos bruscos e tome água – Yixing sentiu a coluna congelar e unhas mortais percorrem sua nuca. A voz... A voz... Ele virou a cabeça e viu o garoto causa de sua insônia e perturbação ali, em carne e osso, vestido com um roupão vermelho elegante e com certeza caríssimo, sentado em um divã próximo da cama rei Luiz XV. Sua postura era relaxada, mas os olhos pareciam letais sobre si – Sim, sou eu mesmo, a pessoa de quem você ficou reclamando a noite toda e a manhã inteira e a pessoa que te salvou de um golpe de estupro. Pode me agradecer depois.

— Golpe...?

— Exatamente – Ele se ergueu, pegou uma garrafa de... Ouro? Não, não podia ser... E lhe serviu um copo de água que Yixing pegou só porque realmente sentia a garganta doer de tanto que estava seca. Ele se sentou na beira da cama e o olhou fixo – Já comuniquei seu paradeiro para o rei e ele irá comunicar aos seus superiores, também devido a situação e com as possíveis consequências do seu quadro, foi decidido que irá ficar aqui em casa até segunda feira. Os componentes da bebida que ingeriu tinha alto teor de droga e não há medicamento para isso que não tenha reações muito perigosas, por isso só deve esperar tudo sair do seu corpo naturalmente e de preferência acompanhado, caso haja complicações.

— Você está falando como um médico...

Sua mente realmente estava confusa, e ele sabia que o que disse era de tudo o menos importante, mas ainda assim ser coerente parecia difícil, ele tentou se lembrar do que fez, porém só se lembrava que entrou em um bar e pediu uma bebida que lhe foi entregue rápido demais... Todo o resto era confuso e disforme. Como pode cair em algo do tipo...?

— Dr. Byun veio e lhe verificou essa manhã, por isso estou apenas repassando o que ele me informou.

— Ele não é o médico dos pets?

— Sério que está preocupado com isso a essa altura!?

Ele disse rolando os olhos e Yixing suspirou. Ok, ele tinha um ponto, quem veio lhe examinar no momento era o menos importante... Então ele suspirou e ia se sentar na cama, mas tarde demais percebeu que estava nu debaixo do edredom.

Sua espinha congelou novamente e ele deve ter expressado seu horror óbvio porque o garoto a sua frente fechou os olhos e levou as duas mãos na cabeça esfregando os cabelos como uma pessoa altamente estressada:

— Sabe, depois de tudo o que passei com você desde que te tirei daquele bar, o que passou pela sua cabeça me ofende mais do que ofenderia em outra circunstância, acontece que eu prefiro meus amantes lúcidos e não ensandecidos como você – E então ele lhe olhou outra vez de forma fixa e direta – Você me jogou na banheira, tentou tirar várias vezes a minha roupa, quando eu te trouxe para a cama você me agarrou e simplesmente não dormia, aliás quis até sair do meu quarto nu e ir comer rolinho primavera de camarão. Sim, você passou duas horas falando de rolinho primavera de camarão e todas as diferenças dele para o tradicional. Acho que eu poderia cozinhar isso só pela aula teórica que fui obrigado a ouvir e ah! Não vamos esquecer sobre sua fixação pelos meus músculos abdominais.

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