Capítulo 2

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Depois de algumas horas no bar, o local foi só enchendo, até não sobrar mesas. Eu havia pedido algumas porções pequenas de comida e agora já estava quase no fim.

The8 ainda estava no palco cantando a última música da noite, não tenho certeza se outro cantor entraria no lugar dele ou se só ligariam o som mas ele já estava acabando.

Comi mais um pedaço da carne que estava em uma tigelinha sobre a mesa. Eu havia bebido duas vezes de batida de morango mas agora só estou bebendo água mesmo.

Olho no meu relógio de pulso e vejo que são 23:17, nem vi a hora passar. Não pretendo ficar até de madrugada então vou pedir a conta daqui a pouco.

A música para então toda a atenção vai em direção ao palco onde vejo o cantor fazer uma reverência e logo em seguida agradecer a presença de todos, as pessoas batem palmas e eu as acompanho. Ele sai do palco indo em direção a uma portinha logo ao lado, deve ser algum tipo de camarim.

Logo um dos funcionários vai ligar os sons que ficam do lado do palco. É uma música de uma altura ambiente, não está muito alta.

Vejo o, até então, cantor da noite olhando para todo o salão e aproveito para olhar as pessoas em volta também. Estavam todos acompanhados, seja de amigos, namorado e namoradas, família. Não tinha percebido isso, eu sou uma das poucas pessoas sozinha. Quando volto o olhar para o The8 ele estava olhando para mim.

Desvio o olhar pegando a garrafinha de água e tomando um pouco do líquido. Pego o celular que estava em cima da mesa e olho algumas notificações.

—Oi, desculpa incomodar.— escuto e olho pra frente vendo o cantor.

Uau, ele é muito mais bonito de perto.

—Oi, não tá' incomodando não.—

—Posso me sentar com você?— ficou em silêncio mas logo completou a frase —É que as mesas tão ocupadas...E—

—Pode sim— digo um pouco rápido de mais e acabo cortando a fala dele.

Ele puxou a cadeira e se sentou e me deu um sorrisinho sem mostrar os dentes, ele parecia um pouco com vergonha de chegar assim meio do nada e pedir pra se sentar. Eu também ficaria. Na verdade eu nem faria, se não tivessem lugares eu provavelmente iria embora.

—Wen LinYu— falei e estendi minha mão pra' ele. Esse é meu nome chinês, adotei Maya como nome pra usar no exterior.

—Xu Minghao— apertou minha mão de volta. —É Chinesa mesmo?

—Sou... Mas meu pai é americano e minha mãe chinesa.— falei e ele concordou com a cabeça.

—Pensei, seu chinês tá' um pouquinho enrolado— deu uma risadinha ao terminar de falar... Foi adorável.

Por mais que ele estivesse tirando sarro do meu chinês.

—É que tem muito tempo que não falo tanto o chinês, estou um pouco enferrujada— falei e sorri meia sem graça —Você é daqui mesmo?—

—Sou, nunca fiquei mais de 5 meses fora da china.— respondeu e eu balancei a cabeça.

Ficamos em um silêncio mas não era um silêncio constrangedor.
Ambos com uma garrafinha de água em comum, o que mais eu poderia falar?

—Hm... Canta a muito tempo?— perguntei, eu não sabia o que falar.

—Acho que profissionalmente tem uns 5 anos. Mas eu canto a um bom tempo.— respondeu.

—Eu não me garanto cantando mas sou boa escrevendo.— dei um sorriso orgulhoso, eu gosto do meu trabalho. —Gosta de mais algum tipo de arte?—

Canção de Hotel; The8Onde histórias criam vida. Descubra agora